Após cinco meses de estiagem, Belo Horizonte registrou chuva na noite deste sábado (21/09). Segundo a Defesa Civil da capital mineira, uma precipitação fraca atingiu algumas regiões, como a Oeste, Noroeste e Centro-Sul. Até então, BH liderava o ranking das capitais brasileiras atingidas pela seca severa neste ano, ao registrar 154 dias sem chuvas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
Já outras cidades da região metropolitana como Contagem, Nova Lima e Rio Acima registraram chuva forte neste sábado, além de granizo. Na Zona da Mata, o município de Juiz de Fora também foi atingido por um temporal acompanhado de granizo. As pedras de gelo ocuparam, principalmente, os canteiros da BR-040.
Neste domingo, com a entrada da Primavera oficialmente, há expectativa de pancadas de chuva em BH e em várias cidades do interior do estado.
A chuva melhorou a umidade e o tempo seco, aliviando também a situação das queimadas, que atingem várias regiões mineiras e unidades de conservação. Atualmente, cinco áreas de proteção ambiental registram queimadas, mas a maior preocupação é com a Serra do Caraça, na região Central do estado, que têm focos de incêndios há 15 dias.
O combate na reserva florestal continua intenso, com pelo menos quatro frentes de atuação, envolvendo mais de 40 bombeiros e brigadistas. Apesar do fogo persistente, as chamas não ameaçam o Santuário do Caraça, que é patrimônio tombado e lar dos lobos-guarás.
Neste ano, já foram registradas ocorrências de incêndios em 63 unidades de conservação do estado, a maior parte deles provocado por ação humana. O diretor de combate ao desmatamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Bruno Zuffo, explicou que grande parte das ocorrências está ligada às queimadas em propriedades rurais, que perdem o controle e acabam atingindo áreas de mata.
“Uma queimada que, teoricamente seria controlada, ela perde o controle e acaba aí saindo daquela área delimitada anteriormente como controlada. Até a primeira quinzena de setembro, foram aplicados 461 autos de infração que totalizaram mais de R$ 10 milhões como o valor de autuações feitas. Na questão dessas autuações, os autores foram identificados, não só produtores, possuidores de propriedades rurais, mas como também pessoas que eventualmente foram flagradas aí fazendo o uso de fogo de forma indevida”, afirmou.
Segundo o último balanço divulgado pelas forças de segurança, neste ano, 216 pessoas foram conduzidas para delegacias em Minas, por suspeita de iniciarem queimadas tanto em unidades de preservação, quanto em áreas de vegetação urbana. O número de crimes ambientais associado ao uso do fogo cresceu quase 100% na comparação com 2023.