O Irã rejeitou nesta terça-feira (13) apelos de países europeus para moderação em relação a Israel, mas, segundo o analista Lourival Sant’Anna, o país não deseja entrar em uma guerra total com o Estado judeu.
De acordo com Sant’Anna, o Irã prefere uma estratégia de conflito indireto, utilizando atores que atuam por procuração, como o Hezbollah, os Houthis e o Hamas.
“O Irã não quer uma guerra total com Israel. Prefere uma guerra indireta por meio de atores que atuam por procuração”, afirmou o especialista.
Tensões e assassinatos
O analista também comentou sobre o recente assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em Beirute.
Sant’Anna classificou o ataque como “fora das regras da guerra”, uma vez que Haniyeh era um líder político e não um comandante militar.
“É por isso que Netanyahu não pode assumir esse assassinato, porque ele não atende às regras da guerra, ele é um assassinato que é um crime, que pode levar a um processo”, explicou Sant’Anna.
Estratégias e interesses
O especialista ressaltou que tanto o Irã quanto Israel buscam manter o conflito em uma “intensidade controlada”.
Segundo ele, uma guerra total não interessa a nenhuma das partes, pois poderia levar a uma escalada regional com a participação de outros atores como o Hezbollah e os Houthis.
“O que no Oriente Médio se faz é salvar a própria cara, não ficar humilhado, dar a aparência de estar reagindo, de estar respondendo à altura e levar adiante as suas próprias intenções estratégicas”, concluiu Sant’Anna, destacando que o Irã utiliza o conflito com Israel como justificativa para suas ações na região.
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