O analista sênior da CNN Brasil Américo Martins, em participação no CNN Novo Dia, defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria adotar uma postura mais crítica em relação a líderes autoritários, como Daniel Ortega, da Nicarágua, e Nicolás Maduro, da Venezuela. A declaração foi feita após o presidente nicaraguense criticar Lula pela posição do governo brasileiro em relação às eleições na Venezuela.
Segundo Martins, embora seja positivo ser criticado por um ditador como Ortega, o Brasil não tem adotado uma postura suficientemente firme contra os regimes autoritários da região. “O Brasil é uma democracia, o presidente Lula é um democrata, o governo brasileiro defende a democracia tanto no Brasil como em outros lugares. É preciso de fato criticar mais severamente a Nicarágua e também a Venezuela”, afirmou.
Situação na Nicarágua
O analista classificou Daniel Ortega como um ‘ditador clássico’, citando a perseguição à oposição e à igreja católica no país. Martins lembrou que o regime de Ortega chegou a expulsar 222 líderes políticos de oposição, inclusive retirando a cidadania dessas pessoas. Apesar do congelamento das relações diplomáticas entre Brasil e Nicarágua, o analista considera que o governo brasileiro deveria se manifestar mais duramente contra essas ações autoritárias.
Críticas dos dois lados
Em relação à Venezuela, Martins apontou que o governo Lula está sendo criticado tanto por não reconhecer a suposta vitória de Maduro quanto por não denunciar as fraudes nas eleições de forma mais contundente. “O presidente Lula e o governo brasileiro, infelizmente, vão ser criticados pelos dois lados, tanto pelos regimes autoritários desses dois países, como também por aqueles críticos que querem e esperam um posicionamento mais firme contra essas duas autocracias”, explicou.
Liderança regional
O analista ressaltou que, para exercer uma liderança efetiva na região, o Brasil precisa estar disposto a entrar em conflito e fazer pressão quando necessário. “A liderança geopolítica, estratégica, requer muitas vezes conflito, não se resolve tudo e não se lidera no cenário, no tabuleiro geopolítico internacional apenas com palavras carinhosas”, argumentou Martins.
Ele sugeriu que o governo brasileiro, incluindo o presidente Lula, deveria adotar uma postura mais assertiva e pública na defesa de valores democráticos, complementando o trabalho que os diplomatas do Itamaraty já realizam nos bastidores. Essa abordagem, segundo Martins, é essencial para que o Brasil consolide sua posição de liderança na América do Sul e no cenário internacional.
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