Aliados de Bolsonaro se reúnem na avenida Paulista neste 7 de setembro para pedir o impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF. Parlamentares da oposição aproveitam a pressão popular no ato para fazer campanha pública de apoio ao pedido, que deve ser oficializado na próxima segunda-feira.
Políticos aliados ao bolsonarismo se revezavam no microfone
Eduardo Bolsonaro abriu as falas puxando um coro de “fora Xandão”, contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele questionou até onde o ministro pode ir para impedir a liberdade de expressão. O deputado pressionou publicamente o presidente do senado Rodrigo Pacheco e fez uma lista de exigências:
“1. Fim da perseguição dos inocentes e das prisões políticas 2. Anistia para todos os presos políticos 3. O encerramento de todos os inquéritos ilegais derivados do inquérito do fim do mundo 4. O impeachment do ministro Alexandre de Moraes por invadir as competências do Legislativo 5. E atentar contra os direitos fundamentais e violar as cláusulas pétrias da nossa Constituição”.
Logo na sequência a deputada Bia Kicis informou que ela e outro deputados irão, na segunda-feira, protocolar o pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes e prometeu obstruir os trabalhos na Câmara até o pedido ser acolhido pelo Congresso.
Apesar dos pedidos, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já sinalizou a aliados que a chance de aceitar um eventual pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes é “zero”.
Moraes ovacionado em Brasília
No desfile de 7 de setembro em Brasília, o ministro do Supremo foi uma das autoridades mais ovacionadas. A plateia chamou pelo ministro, com gritos de “Xandão”, uma referência ao nome de Moraes, que, bem humorado, acenou e sorriu para o público.
O ato tem impacto também na eleição municipal de São Paulo
Desprestigiado, o prefeito Ricardo Nunes apareceu tímido atrás de apoiadores no mesmo trio de Bolsonaro, enquanto o ex-presidente e o governador Tarcísio de Freitas eram anunciados no auto falante e aplaudidos pelo público.
A única menção a Nunes foi em uma música que, entre os versos, falava sobre a presença do “prefeito da periferia e seu vice”.
Ricardo Nunes, do MDB, é oficialmente apoiado por Bolsonaro, mas o público bolsonarista tem abraçado a candidatura de Pablo Marçal, do PRTB, que não compareceu no ato, mas enviou apoiadores.
Bolsonaro está numa corda bamba, com um pé em cada candidatura, calculando ganhos e prejuízos políticos. Neste cenário, chegou a dizer que qualquer candidato seria “bem vindo” no ato.
Bolsonaro doente
Jair Bolsonaro está sem voz, com uma gripe forte, de acordo com a equipe dele, mas está no trio. O ex-presidente se sentiu mal nesta manhã e precisou ser levado para o Hospital Albert Einstein.
Jair Bolsonaro participa de ato de 7 de setembro em São Paulo