A defesa do deputado federal Chiquinho Brazão protocolou, no Supremo Tribunal Federal, um pedido de prisão domiciliar de caráter humanitário para que ele possa realizar uma cirurgia cardíaca. O procedimento seria realizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a mais de 1.400 km da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde o parlamentar está preso.
O pedido foi apresentado após o ministro Alexandre de Moraes negar a suspensão da prisão preventiva. Nesta sexta-feira (27), por determinação do magistrado, Brazão passou por uma consulta com um cardiologista para avaliar a necessidade da cirurgia. Ele realizou uma cineangiocardiografia coronária, exame que identifica obstruções nas artérias, cujo resultado será enviado à Procuradoria-Geral da República para análise do pedido de prisão domiciliar.
Tomografia computadorizada coronariana feita por Chiquinho Brazão e apresentada ao STF. — Foto: Reprodução
Preso desde março, Chiquinho Brazão é acusado de ser um dos autores intelectuais do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além de integrar uma associação criminosa com milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em agosto, ele teve o mandato cassado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
De acordo com o laudo médico anexado à Ação Penal, o deputado possui coronariopatia e já passou por uma angioplastia para implantação de stents em artérias do coração. No entanto, o exame mais recente não conseguiu avaliar claramente uma das artérias devido a limitações do stent e à presença de placas de gordura. A defesa afirma que Chiquinho apresenta dores no peito compatíveis com angina, possivelmente causadas por uma obstrução no stent ou pelo agravamento da doença arterial.
Os advogados argumentam que, devido à gravidade do quadro e à falta de clareza nos exames menos invasivos, é necessária uma coronariografia, um procedimento invasivo a ser realizado em um hospital especializado. O objetivo é identificar a extensão das obstruções e definir o tratamento mais adequado, que pode incluir novas intervenções, como o implante de stent ou até uma cirurgia cardíaca aberta.
O STF ainda não se manifestou sobre o novo pedido de prisão domiciliar.