As ações da Petrobras perderam mais de R$ 35 bilhões em valor de mercado, após a demissão de Jean Paul Prates do comando da estatal. A troca repentina pressionou as ações da petroleira, que fecharam o pregão com queda de mais de 6% – durante o dia, a queda chegou a 9,5% e as ações entraram em leilão, um mecanismo da Bolsa para oscilações muito fortes nas cotações.
A Bolsa de Valores de São Paulo também sofreu com o derretimento e fechou o dia com baixa de 0,38% aos 128,028 pontos.
Jean Paul Prates foi demitido na noite dessa terça-feira (14), pessoalmente pelo presidente Lula, em meio a atritos sobre a gestão financeira da estatal, que deixou de pagar dividendos extraordinários aos investidores. Prates será substituído pela engenheira Magda Chambriard – ela é ex-funcionária da estatal e comandou a Agência Nacional do Petróleo durante o governo Dilma Rousseff.
Nesta quarta-feira (15), Prates foi a sede da Petrobras, no Centro do Rio, para buscar pertences pessoais e se despedir da equipe. Emocionado, o ex-presidente disse estar triste com a saída e reforçou suas principais ações a frente da estatal.
“Estou triste. Pelo menos, deixamos a política de preço que o presidente pediu. Ele disse que ia ‘abrasileirar’ os preços. O mercado entendeu, a gente conseguiu explicar e mostrou que a gente consegue fazer esse preço sem perder dinheiro.”
Questionado sobre seu futuro após a saída da petroleira, o executivo afirmou que estuda retomar a carreira política, mas que ainda não tem um rumo definido.
Também nesta quarta, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o encerramento antecipado do mandato de Prates como Presidente da estatal de forma negociada. Ele também renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras.
Com a saída de Prates, a Petrobras chega a seu sexto presidente em pouco mais de três anos – foram quatro no governo Jair Bolsonaro e, agora, dois no governo Lula.