O início do cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas atrasou quase três horas após o grupo terrorista não divulgar a lista dos reféns que seriam libertados.
A expectativa era de que o acordo começasse a valer a partir de 3h30, no horário de Brasília. Israel, no entanto, afirmava que o Hamas não estava cumprindo as obrigações. Após a divulgação, a trégua começou às 6h15 (Brasília).
O acordo prevê que o movimento extremista liberte três reféns israelenses, que serão entregue a equipes da Cruz Vermelha. Outras 30 pessoas devem ser liberadas ao longo da primeira fase do compromisso, que vai durar seis semanas.
Quase 2 mil prisioneiros palestinos serão soltos em troca. Alguns deles foram condenados por crimes graves, e outros foram detidos em Gaza durante a guerra.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento sobre a trégua. Ele ressaltou o apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que poderá retomar o conflito se as negociações com o Hamas falharem:
“Este acordo é, antes de tudo, o resultado da bravura dos nossos guerreiros em batalha, e também é o resultado da nossa posição firme nos interesses vitais de Israel. Assim que foi eleito, o presidente Trump se engajou na missão de libertar os reféns. Ele falou comigo na quarta-feira, saudou o acordo e enfatizou corretamente que o primeiro passo do compromisso é um cessar-fogo temporário. Se tivermos que voltar a lutar, faremos isso de novas e enérgicas maneiras”, afirmou.
O acordo fez com que o ministro da Segurança Nacional de Israel deixasse o governo. Ele era um dos integrantes mais radicais da coalizão de direita de Netanyahu e queria que a guerra continuasse até a rendição do Hamas.
Novos ataques
A véspera do cessar-fogo foi marcada por novos ataques. Dois mísseis lançados do Iêmen para Israel foram interceptados sem causar danos. Os rebeldes houthis, aliados do Hamas e do Irã, afirmaram que o alvo era o Ministério da Defesa israelense.
Em Tel Aviv, um cidadão de Israel foi esfaqueado por um palestino. A polícia suspeita de terrorismo.
Em Gaza, houve mais ofensivas israelenses. Segundo o movimento extremista, mais de 120 pessoas morreram desde a última quarta-feira, quando a trégua foi anunciada.