Em uma nova rodada de troca de farpas, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), rebateu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e voltou a questionar os vetos a trechos do Propag, Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados. Novamente, Zema usou as redes sociais para apontar que o programa foi “mutilado pelo presidente Lula”, ao citar os trechos vetados.
O governador disse, ainda, que, diferentemente do Palácio do Planalto, Minas fez o dever de casa e, pelo quarto ano seguido, está “com déficit zero, mesmo já tendo pago mais de R$ 8 bilhões de dívida à União. Ressaltou na mesma publicação que os vetos impõem “custos extras aos mineiros, enquanto o governo federal mantém 39 ministérios, esbanja com viagens luxuosas e impõe sigilo de 100 anos no cartão do presidente”.
Romeu Zema ainda usou o argumento de que, na contramão, “a população enfrenta taxação crescente de impostos”, em referência indireta à polêmica da fiscalização de transações por pix, medida que já foi derrubada pela Receita e que sofreu com fake news. Por fim, o gestor afirmou que “entende e respeita o trabalho de Haddad para tentar tirar o Brasil do descontrole fiscal”, mas, segundo ele, “não pode haver boicote dentro da equipe do governo”.
Mais cedo, o ministro Fernando Haddad havia usado também as redes para rebater as sucessivas críticas de Zema ao projeto sancionado. Ele apontou, por exemplo, contradições ao afirmar que “Romeu Zema critica privilégios enquanto sancionou o aumento do próprio salário em quase 300%, durante a vigência do Regime de Recuperação Fiscal”.
Zema tem encabeçado as críticas de governadores da oposição sobre o projeto sancionado por Lula. Ele chegou a afirmar que pode não aderir ao programa se os trechos vetados não forem derrubados pelo Congresso.
Conforme a lei sancionada, os estados têm até 31 de dezembro para fazer a adesão ao programa que cria melhores condições de pagamento dos débitos, como redução dos juros e parcelamento em até 30 anos, em troca de investimentos em áreas prioritárias, como saúde e educação.
Diante do grande número de críticas dos governadores dos estados que mais devem, o presidente Lula chegou a chamá-los de “ingratos” e disse que eles terão que pagar as dívidas, que, juntas, chegam a quase R$ 800 bilhões.