Viviane Brandão, superintendente de Fiscalização da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), diz que análise da ANA indica que rio Tocantins não ficou contaminado após queda de ponte.
Quatro pessoas morreram após o desabamento da ponte entre Tocantins e Maranhão e 13 estão desaparecidas. Dois caminhões que caíram no rio Tocantins no local estavam carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas. No Ponto Final, Guilherme Muniz conversou com Viviane Brandão, superintendente de Fiscalização da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), para saber a análise do órgão. Brandão afirmou que os riscos à saúde humana são baixos de acordo com o que foi descoberto até agora.
De acordo com a superintendente, as análises descartaram o vazamento do ácido sulfúrico na água:
“As avaliações de pH que mostram a acidez e a avaliação de temperatura do rio, no ponto onde houve o acidente, indicam que não houve vazamento do ácido sulfúrico. Por quê? Porque a gente não está observando nem variação de pH e nem variação de temperatura, que seria um indicador de que haveria esse rompimento. Então, são dois caminhões de ácido sulfúrico, totalizando 76 toneladas, e tem um outro caminhão que tem herbicida, que esses são em torno de 25 mil litros. Então, ele tem um volume relativamente pequeno, e são três componentes que estão nesse caminhão. Desses três, os três têm uma baixa toxicidade para seres humanos, ele tem um efeito residual um pouquinho maior para meio ambiente, mas ele não tem uma toxicidade alta, isso é importante a gente dizer, para os humanos.”
Em relação aos agrotóxicos, as análises estão em andamento, mas ela ressalta que a quantidade de produto que pode ter caído na água é muito pequena frente à vazão do rio:
“A notícia que a gente tem é que esse herbicida, ele está em vasilhames de 20 litros isolados, tá? Então, se eles romperam, é esperado que eles não tenham rompido todos, ou não tenham se rompido completamente. Mas de qualquer forma, a gente tem que esperar essa análise da qualidade da água para ser conclusivo se vazou ou não esse produto. Mas a Ana fez uma simulação: mesmo se todo esse herbicida fosse lançado no rio, a gente tem uma vazão lá de mil metros cúbicos por segundo. São mil caixas d’água de mil litros passando ali por segundo. Então é uma quantidade de água muito grande. A gente precisaria de cinco minutos para que o componente que está ali, que é mais tóxico, vamos dizer assim, mas eles não são tóxicos para humanos, ele demoraria só cinco minutos para que ele tivesse uma diluição que a gente pudesse enquadrar nos parâmetros de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.”
A superintendente ressalta que não há risco, mas que é preciso ficar atento às notícias, caso a situação mude.
“Pelas contas que a gente fez, não há um risco, até porque tudo indica que não houve um vazamento de fato desses produtos, mas o que é o mais importante? Que as pessoas fiquem atentas aos alertas da Defesa Civil, quem está acompanhando, quem está lá na região, acompanhando de perto o que está acontecendo. Por enquanto está sob controle, mas isso é um acidente, cada dia você pode ter uma situação diferente, né?”
Ouça a entrevista completa: