Cinco militares presos por tentativa de golpe de estado devem passar o período de natal e ano novo atrás das grades. Apesar das defesas já terem feito pedidos de liberdade ao ministro Alexandre de Moraes, os oficiais permanecem custodiados em unidades do Exército e por lá devem passar o período das festas.
Os familiares deles já foram liberados a fazer visitas, nos horários de funcionamento das unidades, e não há pedido das defesas por comida diferenciada na ceia da natal, mas eles devem receber a alimentação do rancho dos locais nos dias 24 e 25, a mesma comida servida a quem está trabalhando de plantão no quartel.
O general Walter Braga Netto é o militar de maior patente entre os presos e foi o último a ser alvo da Polícia Federal. Ele foi preso no dia 14 de dezembro, enquanto os outros militares foram presos quase um mês antes, no dia 19 de novembro. Braga Netto já trocou de advogado a recentemente pediu a liberdade ao Supremo. A Procuradoria-Geral da República, no entanto, foi contra a liberação do militar, que está preso no Rio de Janeiro.
Já outro general envolvido na tentativa de golpe, Mário Fernandes, está em Brasília, onde tem parentes. Fernandes foi flagrado em áudios pedindo que o ex-presidente Bolsonaro desse um golpe. Num dos áudios obtidos pela Polícia Federal, Fernandes sugere que Braga Netto volte a ser ministro da Defesa para facilitar as ações e fala ainda em clamor popular.
Segundo a PF, Fernandes era o elo entre Bolsonaro e os acampamentos golpistas, levando informações de um lado para o outro.
Os demais militares presos na investigação do golpe, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra de Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira também já solicitaram liberdade ao STF, mas o ministro Moraes ainda não deu resposta. As defesas negam também as acusações de tentativa de golpe de estado.