Durante o CNN 360° desta quarta-feira (18), a analista de relações internacionais Fernanda Magnotta afirmou que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia não deve sair do papel neste momento, após a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarar que a Itália não apoiará o pacto a menos que seja ajustado conforme as solicitações de Roma.
Segundo Magnotta, o anúncio da líder italiana não surpreende, considerando o histórico de negociações e os desafios políticos enfrentados pelo acordo. “Isso que a gente está assistindo agora é para surpresa de ninguém”, comentou a especialista.
Barreiras políticas e protecionismo
A analista explicou que o acordo, que visa criar uma grande zona de comércio livre entre as duas regiões, enfrenta agora barreiras políticas após 25 anos de negociações técnicas.
“Ele está partindo para as camadas políticas. E nas camadas políticas é onde, de fato, essas barreiras vão acontecer”, afirmou Magnotta.
Entre os principais obstáculos, a especialista destacou o nacionalismo, o populismo e o protecionismo presente em alguns países europeus.
Ela apontou que setores agrícolas e industriais, tanto na Europa quanto no Mercosul, pressionam contra o acordo, temendo perda de competitividade e impactos no emprego.
Países-chave na oposição ao acordo
Magnotta identificou três países como cruciais para impedir a implementação do acordo: Itália, Polônia e França. “São três países em que os setores agrícolas são muito centrais na economia, são muito vocais politicamente e não vão deixar esses membros do parlamento tranquilos”, explicou.
A analista ressaltou que o processo de aprovação do acordo é complexo, exigindo ratificação nas casas legislativas de todos os países envolvidos, tanto na Europa quanto no Mercosul.
Diante desse cenário, Magnotta se mostrou cética quanto à possibilidade de o acordo ser implementado no curto prazo.
“Eu sou muito cética em relação à saída do papel desse acordo”, concluiu a especialista, indicando que as pressões políticas e econômicas devem continuar sendo um obstáculo significativo para a concretização do pacto comercial entre Mercosul e União Europeia.
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