A CNN Brasil obteve acesso exclusivo aos palácios presidenciais em Damasco, na Síria, três dias após a queda do regime de Bashar al-Assad e a tomada do poder pela coalizão de rebeldes liderada pelo grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS).
A reportagem, realizada em 11 de dezembro, mostra um cenário de destruição nos edifícios governamentais na capital síria.
O primeiro palácio visitado estava devastado – e o luxo das construções no interior demonstra um contraste com a realidade de um país onde mais de 70% da população vive na miséria.
Documentos oficiais do governo estavam espalhados pelo chão.
No segundo palácio, uma pintura do presidente da Rússia, Vladimir Putin, aliado de Assad, foi encontrada completamente destruída na entrada.
Enquanto os rebeldes se organizam e um novo governo começa a tomar forma, a praça Omeyad, principal ponto de Damasco, se tornou palco de comemorações pela queda de Assad.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad