Uma brasileira denuncia a falta de assistência da Airbnb e do consulado do Brasil, após sofrer um assalto e tentativa de estupro durante uma viagem a Paris. A maquiadora brasileira Marcela Vinhal de Carvalho, que mora em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, contou que sete homens armados invadiram um apartamento alugado pelo Airbnb na capital francesa. Por conta dos traumas e constrangimentos sofridos, a vítima disse que vai processar a empresa e o governo brasileiro.
Marcela estava hospedada na capital francesa com outras duas amigas. Na noite de 16 de novembro, último dia da viagem, ela estava dentro do imóvel juntamente com uma das amigas, quando alguém chamou na porta. A vítima pensou que fosse a terceira amiga pedindo para entrar no apartamento, no entanto, as duas foram surpreendidas por sete homens invadindo o local.
Nas redes sociais, Marcela contou que as duas foram agredidas e tiveram as roupas rasgadas pelos criminosos.
“Eles pegaram eu e minha amiga pelo cabelo, levaram a gente para o quarto. Aí eles começaram a gritar muito, eu também já estava em estado de choque de pânico. Eu estava gritando muito quando eles começaram a rasgar minha calça, começaram a bater muito na gente. Ao perceberem que éramos latinas, eles começaram a falar “plata, plata” e a gente falando que não tinha, então foi muito terrível, foram minutos desesperadores”, relatou.
Apartamento da maquiadora brasileira Marcela Vinhal de Carvalho em Paris — Foto: Arquivo pessoal
Segundo a vítima, pouco depois a terceira amiga retornou ao apartamento e interfonou por diversas vezes. Por conta disso, os suspeitos se assustaram e decidiram deixar o local às pressas. Os criminosos levaram quatro celulares, 900 euros, o equivalente a R$ 6 mil, cartões de crédito e outros itens das jovens.
Após o ocorrido, as vítimas saíram do apartamento para pedir ajuda. Agentes da polícia francesa foram acionados e vistoriaram o apartamento, para coletar informações sobre o crime. Ainda de acordo com a brasileira, além do trauma do assalto, elas também foram constrangidas pelos policiais franceses, que teriam sugerido que as jovens seriam prostitutas.
As vítimas também fizeram exames de corpo de delito. Quando retornaram ao apartamento, o proprietário cancelou a reserva, alegando que a decisão foi tomada por motivos de “segurança”. Por conta disso, a mulher foi ao consulado brasileiro, mas informou que também teve problemas no atendimento no local. Ela só teve auxílio de outros brasileiros que emprestaram telefones.
O Airbnb, que administra a locação temporária de imóveis, informou que reembolsou integralmente à brasileira. A empresa disse que “continua a oferecer suporte à hóspede”.
Em nota, o Itamaraty também disse que acompanhou o caso e prestou assistência consular à brasileira por meio do Consulado-Geral em Paris.