Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foram reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (4), em reunião realizada em Assunção, no Paraguai. O reconhecimento coloca o jeitinho mineiro de produzir a iguaria em evidência global e faz com que o país tenha o primeiro produto da cultura alimentar incluído na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco.
O patrimônio cultural imaterial é o conjunto de expressões de vida e tradições que são transmitidas por gerações. Segundo o governo de Minas, esse é um passo fundamental de reconhecimento dessa tradição mineira de três séculos como expressão da identidade cultural do estado. Atualmente, existem 10 regiões que produzem Queijo Minas Artesanal. São elas: Serro; Araxá; Triângulo; Cerrado; Serra do Salitre; Canastra; Diamantina; Serra da Ibitipoca; Entre Serras e Vertentes.
A candidatura mineira foi proposta à Unesco em setembro de 2022. Desde então, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo vinha realizando a promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal em eventos internacionais da entidade.
A porta-voz da Unesco no Brasil, Maria Virgínia, disse que o reconhecimento é importante para preservar e ajudar na promoção da iguaria.
“Esse saberes são identificados, são valores importantes para as comunidades locais e o uma forma de proteger e promover. Eu acho que esses instrumentos como esse da Unesco podem desempenhar esse papel, porque se os países adotam, as políticas são engendradas, são construídas e os instrumentos vinculados a eles também a passam a operar, e, principalmente, beneficiar essas comunidades”, disse.
As técnicas foram reconhecidas em 2002 como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais e, em 2008, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Em nota, o Ministério da Cultura disse que recebeu, com satisfação, esse reconhecimento, que é a sétima inclusão de um elemento cultural brasileiro na lista da Unesco, desde 2019. A pasta ressaltou que essa inclusão “reforça a relevância dos saberes tradicionais brasileiros e a possibilidade de conciliar patrimônio imaterial, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável”.
Minas Gerais conta com cerca de nove mil produtores de Queijo Minas Artesanal, gerando aproximadamente 50 mil empregos diretos e indiretos. A produção anual do Queijo Minas Artesanal atinge cerca de 40 mil toneladas, com uma renda gerada que ultrapassa R$ 2 bilhões por ano.