A Selic hoje está em 11,25% e havia uma expectativa de alta de meio ponto percentual. No entanto, analistas já acreditam que a autoridade monetária deve subir a taxa em 0,75%.
Após a disparada do dólar com a reação negativa do mercado diante do pacote divulgado pelo governo, economistas já preveem uma alta da inflação e defendem que o Banco Central aumente ainda mais a taxa básica de juros. A Selic hoje está em 11,25% e havia uma expectativa de alta de MEIO ponto percentual. No entanto, analistas já acreditam que a autoridade monetária deve subir a taxa em 0,75%. Alguns mais pessimistas falam numa alta de até 1%. Tudo isso porque o mercado ainda teme que o governo não faça um ajuste fiscal suficiente e, com isso, a inflação deve subir – atingindo diretamente a população. Para tentar controlar a alta dos preços, o Banco Central age elevando os juros, como explica o economista Cesar Bergo.
O mercado reagiu mal porque esperava um pacote de corte de gastos mais duro. Além disso, não contava que o governo anunciaria, no mesmo momento, uma medida que vai gerar custos: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até CINCO mil reais. O dólar disparou e o mercado segue instável. O economista do IBMEC, William Bagdhassarian, acredita que o dólar recue nos próximos dias após as declarações dos presidentes da Câmara e do Senado que trataram de tentar acalmar o mercado garantindo que votarão as medidas de corte de despesas, sem avaliar agora a isenção do imposto de renda. Para Baghdassarian, o governo também precisa falar menos para garantir credibilidade.
Os economistas são unânimes em dizer que a reação do mercado até pode ter sido exagerada, mas que o pacote, de fato, ainda é insuficiente para estabilizar a dívida pública e garantir um equilíbrio fiscal nos próximos anos. Analistas defendem mudanças, principalmente, na previdência, que custa mais a longo prazo. O ministro da fazenda, Fernando Haddad, disse, na semana passada, que não tem bala de prata e admitiu que pode voltar a discutir cortes nos próximos meses.