Em entrevista ao Jornal da CBN, Luiz Marinho admitiu que medida impactará trabalhadores com os menores salários, mas taxação dos ricos é importante para mostrar que todos precisam se sacrificar.
Em entrevista ao Jornal da CBN, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, admitiu que o pacote de corte de gastos apresentado pelo Governo Federal impactará nos trabalhadores com os menores salários, mas que o anúncio da taxação dos ricos é importante para mostrar que todos precisam se sacrificar.
Nessa quinta-feira, o governo anunciou nova fórmula para calcular reajuste do salário mínimo, pretendendo economizar cerca de R$ 12 bilhões em dois anos com essa medida. Além disso, economizará mais R$ 700 milhões com a mudança no cálculo do abono salarial também em dois anos. Por outro lado, o ministro lembrou da proposta do governo de taxar superlários, de quem ganha mais de R$ 50 mil.
Ele disse que a divulgação do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e a taxação dos ricos mostram que todos estão envolvidos na resolução dos problemas.
‘Esse pacote, portanto, ele traz, sim, um sacrifício grande para a classe trabalhadora, o chamado andar de baixo, o pessoal que ganha os menores salários, busca, em si, uma compensação da isenção do imposto de renda, mas aqueles que ganham até dois salários mínimos, que têm a verdadeira proteção das políticas sociais, da política de salário mínimo, de fato, aqui tem uma desaceleração desse processo de distribuição de renda, o que é grave. Agora, é preciso que, nesse momento, se apresente sacrifício. Essa foi a lógica da orientação do presidente Lula. Se os de baixo vão ter que sacrificar, os de cima também têm que sacrificar’, disse Marinho ao Jornal da CBN.
Ele também defendeu anunciar a mudança no imposto de renda ao mesmo tempo do pacote de corte gastos. Marinho destacou que todas as propostas devem tramitar juntas no Congresso Nacional para evitar que uns sejam mais sacrificados que os outros. O mercado reagiu nesta quinta-feira às mudanças no IR. A isenção para contribuintes que ganham até R$ 5 mil foi o principal ponto de preocupação. O dólar chegou a bater o valor recorde R$ 6.
Agora, o desejo é que as coisas sejam encaminhadas conjuntamente, todas as propostas, e que o Congresso crie a sua dinâmica de acelerar o processo para apresentar para toda a sociedade a solução conjunta para o país. Não pode caminhar um pedaço aqui, um pedaço acolá, e depois entrar eventualmente nos escaninhos do Congresso e as coisas não acontecerem. É preciso que o conjunto da sociedade se mobilize, participe, dialogue com o Parlamento, no sentido que eles criam um mecanismo de acelerar a solução para o país. Não é solução para este ou para aquele.