No Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, um estudo da ONU publicado, nesta segunda-feira (25), aponta que pelo menos 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em todo o mundo, em 2023, a maioria delas por familiares. O relatório denuncia “um nível alarmante” de assassinatos que poderiam ser “evitados”.
São 140 vítimas por dia ou uma mulher assassinada pelo parceiro ou um parente a cada 10 minutos. Ou seja, “a casa continua sendo o lugar mais perigoso” para as mulheres, 60% delas tendo sido vítimas “do seu marido ou outros membros da família”. É o que aponta o relatório do Escritório de Viena das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes e a organização de Nova Iorque, ONU Mulheres.
A violência ultrapassa fronteiras, atingindo “todas as categorias sociais e faixas etárias”, sendo o Caribe, a América Central e a África as regiões mais afetadas, à frente da Ásia. No continente americano e aqui na Europa, os feminicídios são cometidos principalmente pelos parceiros, enquanto no resto do mundo os responsáveis mais frequentes são os familiares.
E bem simbólico, no dia de hoje, o Ministério Público da França pediu a pena máxima, 20 anos de prisão, para Dominique Pelicot por drogar, durante uma década, a agora ex-esposa Gisèle Pelicot, para estuprá-la com dezenas de homens, atos classificados como “abjetos”,durante mais uma sessão do julgamento que acontece em Avignon, sul do país.
A promotora Laure Chabaud chegou a dizer que “vinte anos é muito pouco levando em consideração a gravidade dos atos cometidos e repetidos”.
As acusações do Ministério Público acontecem depois de onze semanas de audiências.
O desafio do julgamento sobre esse caso de estupros em série, que chamou atenção do mundo, é “mudar fundamentalmente as relações entre homens e mulheres”, afirmou um dos representantes do Ministério Público, na abertura da acusação, no tribunal criminal de Vaucluse.