O ministro Alexandre de Moraes intimou o tenente-coronel Mauro Cid a depor, nesta quinta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal. Em relatório enviado ao STF, a Polícia Federal apontou omissões e contradições no depoimento prestado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ontem e diz que ele descumpriu cláusulas do acordo de delação premiada.
O ministro Alexandre de Moraes pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República para decidir se o acordo de colaboração será cancelado. Se a PGR recomendar a anulação, o ministro pode decretar a prisão de Mauro Cid novamente.
Mauro Cid negou conhecer o plano golpista articulado por militares que previa o assassinato de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes em 2022. Mas as investigações mostram que ele trocou mensagens com o general da reserva Mario Fernandes, apontado como líder do grupo preso ontem.
A Polícia Federal encontrou uma mensagem de áudio enviada pelo general no dia 8 de dezembro de 2022 ao tenente-coronel Mauro Cid.
Na mensagem, Mário Fernandes afirma: “Durante conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Na hora eu disse, ‘pô’ presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”.
No dia 12 de dezembro, Lula foi diplomado presidente eleito em Brasília. Naquele mesmo dia, apoiadores radicais de Jair Bolsonaro promoveram atos de vandalismo na capital.