O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu, em segunda instância, absolver o médico Itamar Tadeu Gonçalves Cardoso, responsável pelo atestado de óbito de Lorenza Maria de Pinho, assassinada pelo marido, o promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, em 2021.
De acordo com a defesa de Itamar Cardoso, Virgínia Afonso, advogada de Itamar Cardoso, o médico foi absolvido por unanimidade em decisão colegiada, o que comprova a tese da defesa de que o profissional, acionado para prestar socorro à vítima, não tinha nenhum interesse além de atender ao chamado de assistência domiciliar.
Ainda conforme a defesa do médico, o julgamento da apelação confirmou a decisão de primeira instância, onde ficou demonstrado que Itamar Cardoso não teve a intenção de alterar a verdade sobre o fato. A decisão do tribunal com a absolvição do médico deverá ser publicada nos próximos dois dias.
Lorenza Maria Silva de Pinho morreu em abril de 2021, no apartamento da família, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. O marido dela, o promotor André Luis Garcia de Pinho, acionou a emergência de um hospital particular até a residência da família e o atestado de óbito teve como registro morte por intoxicação.
No entanto, no dia seguinte à morte, laudos apontaram indícios de violência física, levantando suspeitas e que Lorenza tenha sido vítima de feminicídio.
O promotor foi detido dois dias após a morte e, quatro meses depois se tornou réu pelo assassinato da mulher. Em março do ano passado, André Luís Garcia de Pinho foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado, além de um ano de detenção em regime aberto e pagamento de 10 dias-multa por omissão de cautela, porque guardava uma arma de fogo no quarto do filho menor de idade.
A denúncia do Ministério Público de Minas apontou que André Pinho matou a esposa, porque ela “havia se tornado um peso para ele”. Por causa de problemas com remédios, além de uma depressão profunda, a vítima não estaria “cumprindo papel de esposa e mãe” esperado pelo promotor.
Lorenza deixou 5 filhos, todos menores de idade à época do crime.