O governo brasileiro rebateu dizendo que a opção por ataques pessoais e escaladas retóricas não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo.
O governo venezuelano de Nicolás Maduro voltou a criticar o Brasil e subiu o tom contra o Itamaraty neste sábado, afirmando que o país comete uma “agressão descarada e grosseira” contra o presidente da Venezuela e promove ainda uma “campanha sistemática e violadora dos princípios” das Nações Unidas. O texto foi postado nas redes sociais do chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto.
A nota dele foi em resposta a um comunicado feito pelo Itamaraty na sexta-feira, dizendo que era ofensivo o tom de uma postagem da polícia venezuelana com a bandeira do Brasil e a silhueta do presidente Lula dizendo que aqueles que se metem com a Venezuela se dão mal. O governo brasileiro rebateu dizendo que a opção por ataques pessoais e escaladas retóricas não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo.
O professor de Relações Inernacionais Vladimir Feijó avalia que a Venezuela se sentiu empoderada ao participar da reuniões dos Brics e agora ameaça dois importantes aliados, Brasil e Colômbia, que ainda não reconheceram a eleição de Maduro. Apesar disso, o Brasil deve manter a posição firme de cobrar as atas das urnas antes de reconhecer o vencedor do pleito.
A crise entre os dois países começou após o governo Lula não reconhecer a vitória de Maduro nas eleições realizadas em julho, mas ela piorou depois do Brasil barrar a entrada da Venezuela no Brics, grupo que reúne também Rússia, China, Índia e África do Sul. A partir do veto, começou uma escalada entre os dois países.