Em meio à disparada do dólar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou a viagem que faria à Europa nesta semana e vai permanecer no Brasil para continuar a debater o pacote de corte de gastos. Haddad embarcaria na segunda-feira e voltaria ao Brasil apenas no sábado, deixando em segundo plano as discussões sobre os cortes nas despesas. O governo prometeu apresentar as medidas logo após as eleições municipais, mas até o momento não houve mostrou nada de concreto.
Segundo o ministério da Fazenda, a decisão de cancelar a viagem na véspera ocorreu a pedido do presidente Lula. Ainda segundo a pasta, Haddad estará em Brasília ao longo da próxima semana, dedicado aos temas domésticos.
Para o economista Ricardo Rodil, do grupo Crowe Macro, a viagem de Haddad realmente não se justificava, ainda mais diante do quadro atual e dos sinais que o governo manda ao mercado, de que não consegue indicar uma caminho estrutural para o corte de despesas.
Na semana passada, o ministro da Fazenda confirmou que já tem um plano de como se dará o corte das despesas, mas que o presidente Lula ainda não bateu o martelo. Haddad e a equipe econômica ainda não detalharam nenhuma medida, o que acabou gerando apreensão no mercado, com queda na bolsa de valores e uma disparada na cotação do dólar, que fechou a semana em 5,86, o segundo maior valor da história.
Fernando Haddad, disse que entende a “inquietação” do mercado, mas não deu prazo para o anúncio das medidas, indicando apenas que elas podem ser apresentadas nas próximas semanas. Na viagem que faria à Europa, Haddad tinha compromissos na França, Inglaterra, Alemanha e Bélgica, para conversar com autoridades e investidores.