É a primeira vez que o presidente brasileiro declara apoio à candidata à presidência dos Estados Unidos. A declaração foi dada em entrevista à emissora de TV da França, TF1.
O presidente Lula afirmou, nesta sexta-feira (1º), que uma eventual eleição da candidata democrata Kamala Harris, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, seria mais seguro para o fortalecimento da democracia. A declaração foi dada em entrevista à emissora de TV da França, TF1.
Faltando quatro dias para as eleições norte-americanas, marcadas para a próxima terça-feira (5), Lula disse que está torcendo pela vitória da candidata do partido democrata.
“A democracia, para mim, é o espelho fiel de um sistema político que permite os contrários, permite os antagônicos, permite a disputa civilizada entre a humanidade na discussão de ideias, sem violência. Então, eu acho que a Kamala ganhando as eleições é muito mais seguro da gente fortalecer a democracia nos Estados Unidos”, declarou.
Esta foi a primeira vez em que Lula declarou apoio público à Kamala. O presidente citou o ataque ao Capitólio, ocorrido em 6 de janeiro de 2021, após Donald Trump perder as eleições para o atual presidente Joe Biden.
Lula disse que o ataque foi impensável, pelo modelo de democracia do país. Afirmou ainda que as mentiras e a volta do fascismo e do nazismo com outra cara comprometem a democracia.
“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final de seu mandato, ou seja, fazendo aquele ataque ao Capitólio, uma coisa que era impensável acontecer nos Estados Unidos, porque o país se apresentava ao mundo como um modelo de democracia – e esse modelo ruiu. Então, agora temos o ódio destilado todo santo dia, temos as mentiras destiladas todo santo dia, não apenas nos Estados Unidos, mas na Europa, na América Latina, em vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”, declarou.
Perguntado sobre a relação dele com o presidente russo, Vladimir Putin, Lula disse que sempre é momento de construir a paz. E que acredita no poder da palavra, tendo disposição de conversar.
Sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente disse que acredita numa possível conversa entre Zelensky e Putin, mas que eles não querem. Afirmou ainda que o conselho de segurança da ONU está enfraquecido e que os países não pediram autorização para guerras nos últimos anos.