Governador do Pará faz balanço das eleições municipais e analisa cenário político no estado e na capital, Belém, que vai sediar a COP-30.
Em entrevista a Vera Magalhães e Carolina Morand no Ponto Final, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), fala sobre a disputa em Belém, a reconfiguração de forças com os resultados das eleições municipais no Brasil e a COP-30, que acontece na capital paraense:
O governador abordou a vitória de Igor Normando (MDB) em Belém, apoiado por ele, que derrotou o delegado Eder Mauro (PL), afirmando que a capital do estado ganha cada vez mais protagonismo, o que é reforçado pela escolha da cidade para sediar a COP-30, que acontece entre 10 e 21 de novembro de 2025:
“Belém cada vez mais ganha protagonismo entre as principais cidades do Brasil, e particularmente o desafio de ser capital da Amazônia, capital ambiental do nosso país, com a oportunidade de ter sido escolhido como sede da COP30, que é o maior evento diplomático ambiental do mundo. [Isso] salta Belém a um nível de protagonismo, de visibilidade. E claro, isto tudo traz a responsabilidade para o futuro do município e a construção de soluções que possam permitir com que a sede da COP30 esteja preparada para receber este evento.”
Helder Barbalho também falou sobre a disputa contra o PL em candidatura que classificou como negacionista ambiental e que poderia trazer um risco:
“É claro que o Brasil todo estava atento para entender qual seria o resultado da eleição. Principalmente quando estavam colocados dois candidatos no segundo turno de campos políticos muito distintos, em que um candidato trazia a mensagem do centro, de dialogar com a sociedade em um projeto de entrega em que se pauta, acima de tudo, pela assertividade de um programa político de resultados para melhorar a cidade e comprometido com a COP30, e uma outra candidatura que traz o negacionismo ambiental e traz, é claro, toda a ideologia para o centro das discussões. O que seria certamente um risco enorme para o Brasil e para o estado do Pará eventualmente ter no período da COP alguém que pudesse renunciar à importância deste calendário.”
O político filiado ao MDB ainda abordou o sucesso de candidaturas de centro e centro-direita nestas eleições municipais, dizendo que esta eleição “deixa uma importante mensagem” sobre o que o eleitor brasileiro busca neste momento:
“As pessoas optaram na maior parte para uma escolha centrada na segurança, na certeza de entrega, na certeza de um melhor projeto para a vida das cidades e para a vida daqueles que nela moram. […] Há um movimento de centro e centro-direita que deve ser entendido pelo campo progressista, pelo campo da esquerda, analisado, feito a autocrítica de que este movimento possa ou ser algo localizado em uma cidade, em um Estado, ou se está em curso um movimento mais amplo regional ou nacional.”
Helder Barbalho ainda comentou os resultados do MDB e do PSD, além da vitória de Ricardo Nunes em São Paulo:
“O MDB é forjado como um partido municipalista e por isso, inclusive, consegue nesta eleição reencontrar a tendência de crescimento que tinha sido prejudicada em eleições recentes passadas. O fato é que nós saímos junto com o PSD como os maiores partidos em número de cidades administradas em população que estarão sob a gestão do MDB, com o maior número de capitais, elegemos cinco capitais, portanto um saldo extremamente positivo, e temos que valorizar o privilégio de o MDB ter sido eleito na maior cidade da América Latina, na maior cidade do Brasil, que é a cidade de São Paulo. E aí, parabéns ao Ricardo [Nunes], porque mostrou na campanha a sua capacidade de liderança política, de coordenação política e também apresentou gestão para quem achava que o Ricardo seria eleito pelo campo ideológico.”