Comentarista da CBN analisa o resultado do 2° turno das eleições.
A comentarista da CBN Bela Megale avaliou o resultado do 2° turno das eleições municipais em Belo Horizonte. Os eleitores voltaram às urnas neste domingo (27) e reelegeram Fuad Nomam (PSD). Ele foi eleito com 53,74% dos votos, com 98% das urnas apuradas, vencendo Bruno Engler (PL).
Para Bela Megale, a estratégia de Fuad Noman pregar uma frente ampla, angariando apoio de vários partidos, funcionou para o então candidato.
“O Fuad encarnou a estratégia da frente ampla, angariou apoio de nomes do 1° turno, espelhado em uma estratégia de Lula em 2022. Ele une outros partidos. Bolsonaro não acreditava nas pesquisas que colocavam o Bruno Engler atrás do Fuad Noman. Estratégia de frente ampla parece ter funcionado em Belo Horizonte”, observa.
A comentarista ainda pontua o impacto da onda de ataques de Engler contra Fuad. Na visão de Megale, a mudança de rota do candidato derrotado foi um tiro no pé.
“A campanha do Fuad estava com muita dúvida de como esses ataques iam repercutir. O Bruno explorando livro erótico… vinha atingindo o eleitorado evangélico. Mas havia uma visão de que essa postura poderia tirar votos dele. Esse aumento da agressividade do Engler pareceu ter sido um tiro no pé. Bruno estava focando nos problemas da cidade, mas adotou a estratégia do bolsonarismo”, analisa.
O resultado do 2° turno das eleições mostrou a credibilidade dos institutos de pesquisa, conforme descreve Bela Megale.
“Os institutos de pesquisa foram bem sucedidos. Há uma série de movimentos para tentar descredibilizar esses institutos. Mas eles conseguiram ser certeiros e trazer a fotografia do momento, um registro de forma esclarecedora para o eleitor. Agora, vem a confirmação”, diz.
Na noite deste domingo, após a projeção do Datafolha de vitória a Fuad, Engler reconheceu a derrota em um pronunciamento exacerbado.
“Um discurso raivoso, falando de corrupção. Não foi um discurso que ele jogou para frente. Falou de contratos de ônibus. O que ficou latente foi a frustração de Engler ao reconhecer a derrota. No início da campanha, ele focou muito nas questões da cidade, não muito nas questões ideológicas. Mas depois mudou. Agora, ele encerra com um discurso de muita frustração”. Esse tom raivoso do Engler, associado a alta taxa de rejeição do Bolsonaro, pode ter dado um caldo muito negativo no fim da campanha”, opina.