Economista, ex-militar do Exército e servidor público de carreira. Com mais de 40 anos de vida política, Fuad Noman, do PSD, foi eleito prefeito de Belo Horizonte. Aos 77 anos, o gestor assume pela primeira vez como concorrente a uma chapa majoritária, com a promessa de ampliar obras de infraestrutura e habitação, além do desafio de rediscutir o contrato do transporte público de BH.
Aos 77 anos, Fuad Noman, do PSD, foi reeleito prefeito de Belo Horizonte e, consequentemente, passou a ser o gestor mais velho a ganhar uma eleição na história da capital mineira. Com mais de 40 anos de experiência na vida pública, Fuad já comandou secretarias municipais e estaduais, além de estatais, mas pela primeira vez na carreira disputou uma eleição como cabeça de chapa. Até então, ele foi eleito vice de Alexandre Kalil, em 2020, e assumiu o executivo municipal depois que o ex-prefeito deixou o posto para lançar a candidatura ao governo estadual em 2022.
Fuad é natural de BH e vem de uma família de origem síria. Economista de formação, ex-militar do Exército e servidor público do Banco Central, o gestor foi também secretário de Fazenda e de Transportes e Obras Públicas dos governos tucanos em Minas, entre 2003 e 2010. Além desse posto, entre 2011 e 2012, foi presidente da Gasmig.
A chegada à prefeitura de BH ocorreu em 2017, quando Fuad Noman assumiu a secretaria municipal de Fazenda da gestão Kalil. No posto, ele virou homem de confiança do então prefeito e foi convidado a ser vice nas eleições de 2020. No segundo mandato de Kalil, Fuad comandou as obras públicas, trabalho que foi o carro chefe da campanha dele nas eleições deste ano.
“Eu sou um prefeito que dois anos e meio de governo, já fiz 300 obras muito mais do que muitos prefeitos que ficaram aqui o tempo todo. Eu como prefeito tenho muitos projetos, muitos planos pra frente, recursos assegurados para fazer muito mais pra cidade de Belo Horizonte. Eu com dois anos e meio e fiz o que fiz, com quatro eu quero transformar essa cidade numa cidade muito melhor, sem extremismos, uma cidade inclusiva, uma cidade para que as pessoas que possam ser felizes”, disse durante a campanha.
Apesar disso, um dos principais desafios da campanha de Fuad foi torná-lo conhecido para os eleitores em Belo Horizonte. Durante entrevistas no começo da corrida eleitoral, o gestor afirmou que confiava na propaganda no rádio e TV para crescer, o que se consolidou.
Outro desafio foi conciliar as agendas de campanha com o tratamento de um linfoma não Hodgkin, câncer que se originou nas células do sistema linfático. Entre julho e meados de outubro, Fuad passou por sessões de quimioterapia, mas se recuperou da doença.
Durante a reta final de campanha, o prefeito chegou a declarar que não se abateu pelo câncer, pois foi abraçado pela população da cidade.
“O povo de Belo Horizonte me abraçou, o povo de Belo Horizonte me deu emoção, me deu alegria e eu estou chegando nesse final muito entusiasmado, porque o que eu recebi do povo de Belo Horizonte é uma coisa indescritível. Estou muito feliz e muito emocionado”, disse.
Agora, para o próximo mandato, um dos principais desafios de Fuad Noman será as negociações para um novo contrato com as empresas de transporte de BH, que vence em 2028. A mobilidade urbana foi o “calcanhar de Aquiles” do prefeito, gerando vários embates com a Câmara Municipal, sobretudo na questão do aumento da passagem de ônibus e do subsídio para as concessionárias.
Durante a campanha, o prefeito afirmou que o programa Tolerância Zero, implementado por ele para fiscalizar os ônibus, deu certo e será ampliado. Além disso, Fuad Noman prometeu contratar uma consultoria internacional para preparar o novo contrato do transporte para os próximos anos.