A influenciadora digital Cíntia Chagas entrou na Justiça com um pedido de prisão contra o ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove, do PL, acusado de cometer violência doméstica e psicológica contra ela. O pedido de prisão preventiva foi protocolado na Justiça na última quinta-feira (17), após o vazamento de mensagens entre Cíntia e o ex-marido.
A ex-promotora Gabriela Manssur, que assumiu a defesa da influenciadora, alega que as mensagens comprometem a vida pessoal e a privacidade da vítima. De acordo com a defesa, o vice-líder do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) vem descumprindo medidas protetivas desde o dia 10 de outubro. A defesa de Bove nega que ele tenha vazado qualquer informação. Atualmente, o deputado está impedido de chegar a menos de 300 metros da ex-companheira. Ele também não pode ligar, enviar mensagens de texto nem mencioná-la nas redes sociais.
Em nota, o advogado Mauricio Felberg afirmou que o pedido de prisão preventiva é “descabido”. Ele destacou que não pode comentar o processo por estar em sigilo. No entanto, o advogado reiterou que o deputado jamais violou a medida protetiva e que não é ele quem vem fazendo o que chamou de “lamentável exposição pública da intimidade do casal”.
Em entrevista à revista Marie Claire, na última sexta-feira (18), Cíntia Chagas contou que as ameaças do ex começaram em agosto do ano passado, quando se recusou a tirar foto ao lado de Jair Bolsonaro e da esposa dele. De acordo com Cíntia, Bove teria dito que ela só não apanharia “por causa dos milhões de seguidores”, mas que, apesar disso, teria a apertado com força, jogado uma garrafa d’água nela e, em outra discussão, atirado uma faca que pegou na perna da influenciadora.
Bove é investigado pela Polícia Civil por violência contra a mulher, violência psicológica, ameaça, injúria e perseguição.
Em 16 de outubro, o deputado usou o púlpito da Alesp para negar as acusações e afirmou ter sido “cerceado” de falar sobre o tema. “Sou totalmente a favor, desde que condenado, transitado e julgado, da cassação de qualquer vagabundo que agredir uma mulher, o que não foi meu caso”, declarou Bovi na ocasião. E complementou: “O que ocorreu eu não posso falar aqui. Espero que o Conselho de Ética acolha, sim, a decisão, mas que incorra em julgamento quando a Justiça permitir que eu me defenda”.
Cíntia Chagas pede prisão do ex, deputado Lucas Bove (PL), por violação de medida preventiva — Foto: Reprodução
Contrato de divórcio
O casal alinhava um contrato de divórcio em que Cíntia pedia uma multa de R$1 milhão em caso de quebra do acordo de confidencialidade. A segunda versão do documento teria sido revisada por Lucas Bove, com o valor reduzido para R$750 mil. No entanto, o contrato não chegou a ser assinado, porque houve a denúncia de violência doméstica, feita durante os trâmites do acordo. Cíntia registrou boletim de ocorrência contra o então marido no dia 4 de setembro, após receber repetidas ligações e mensagens de Bove buscando uma reconciliação, mesmo depois de sinalizar que não gostaria de falar com ele.
O casal se separou em outubro de 2023, sete meses após um casamento luxuoso na Itália. Antes, os dois ficaram juntos por cerca de dois anos e meio.
Outro ex
Em outro matrimônio, que chegou ao fim em 2019, Cíntia Chagas pagou uma indenização de R$30 mil para o ex-marido, Luiz Fernando Garcia. A Justiça alegou que a influenciadora realizou publicações com ofensas e histórias falsas contra ele no Instagram. No processo, ela negou que estivesse fazendo referência ao ex-marido.