Os Estados Unidos querem uma aplicação mais forte da Resolução da ONU que pôs fim à guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006, declarou Amos Hochstein, enviado dos EUA, durante uma viagem a Beirute nesta segunda-feira (21).
“Só se comprometer” com a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU “não é suficiente”, afirmou Hochstein em uma coletiva de imprensa após se encontrar com Nabih Berri, porta-voz do parlamento libanês e líder do partido xiita Amal, que é aliado do Hezbollah. “A Resolução 1701 conseguiu pôr fim à guerra em 2006, mas temos que ser honestos, pois ninguém fez nada para a implementação… isso tem que mudar”.
A Resolução pedia um cessar-fogo permanente no Líbano e estipulava que o Hezbollah devia sair do norte do rio Litani, no sul do Líbano, e que apenas os militares libaneses deveriam ocupar posições na área entre Litani e Israel.
Hochstein disse que a Resolução 1701 continua sendo o ideal a seguir para um eventual cessar-fogo na atual guerra entre Hezbollah e Israel, mas que precisa ser “implementada para passar credibilidade”.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, reiterou diversas vezes o compromisso do seu governo em implementar a Resolução, enviando mais tropas das Forças Armadas Libanesas (LAF) para o sul do Líbano.
Os esforços dos EUA, no momento, estão concentrados em aproveitar a pressão militar israelense no Líbano para impor uma “implementação real” da Resolução 1701 da ONU e o retorno das LAF no sul do Líbano, segundo uma autoridade dos EUA à CNN.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
Com informações da CNN e da Reuters
O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel