A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer implementar novas imagens de advertência em embalagens de cigarro. As propostas encaminhadas pelo órgão foram divulgadas nesta sexta-feira (18), mesmo dia em que uma audiência pública debate o tema.
Segundo a agência, as advertências sanitárias precisam ser atualizadas de forma recorrente, para garantir a manutenção da eficácia de comunicar ao público os principais danos à saúde causados pelo consumo dos derivados do tabaco. A atual regulamentação é de 2017.
As novas imagens têm um fundo amarelo e palavras de alerta, associando o fumo a problemas como aborto, câncer, cegueira e morte. Elas serão colocadas nos rótulos dos maços de cigarro.
Novas imagens de advertência propostas para embalagens de cigarro — Foto: Reprodução/Anvisa
As imagens mostram, de um lado, um bebê saudável, e do outro, um bebê doente, dizendo que o produto causa aborto e adoece os bebês. Outras imagens mostram pessoas que fumam e outras que não usam cigarro, mostrando os efeitos do tabaco nos pulmões, boca, dentes e olhos dos fumantes.
Há ainda a associação a sintomas físicos e mentais, como agonia, dor, desespero, sofrimento e morte.
Novas imagens de advertência propostas para embalagens de cigarro — Foto: Reprodução/Anvisa
Para Antônio Geraldo da Silva, médico psiquiatra e diretor da Associação Psiquiátrica de Brasília, as novas embalagens são importantes para manter o alerta aos fumantes, adotando cores e mensagens compatíveis com a intenção de informar os mais desavisados sobre os danos causados pelo cigarro.
Ele entende, no entanto, que elas acabam ficando restritas aos que já fumam, sendo importante pensar estratégias para reduzir ainda mais o número de fumantes.
“O amarelo já ajuda porque as pessoas já estão atentas que é a cor de alerta. Esse antes e depois também é algo que já está comum entre as pessoas em relação à questão do uso do tabaco. Associado a isso também é preciso trabalhar em relação à forma que as pessoas vão receber isso. Quem está recebendo isso são apenas os fumantes. Eu, por exemplo, não vejo uma caixa de cigarro há anos, muitos e muitos anos. O que a gente precisa? Mais do que isso. Fazer com que as pessoas nem cheguem à caixa de cigarro”, afirma.
Após o debate na audiência pública, as novas embalagens devem ser avaliadas e aprovadas pela diretoria da agência ainda neste ano. A expectativa é que elas possam estampar os maços de cigarro comercializados no Brasil a partir de 2025.