Em entrevista com jornalistas dos Brics, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu a solução de dois Estados para a guerra na Faixa de Gaza.
Putin afirmou que conversou com líderes de Israel, da Arábia Saudita e palestinos, destacando que é “impossível falar sobre o problema palestino apenas sobre economia”
“Eu sei que a liderança israelense fala que precisa entregar apenas o suficiente para que eles [os palestinos] possam sobreviver. O problema vai além. Precisamos se basear em uma análise mais ampla”, ponderou.
O chefe de Estado russo informou ainda que convidou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para participar a Cúpula dos Brics, que a acontecerá em Kazan na próxima semana.
A CNN Brasil foi o único veículo de imprensa das Américas presente no encontro com o líder russo.
Entendimento entre Irã e Israel
Vladimir Putin afirmou ainda que a Rússia espera que a troca de ataques entre Israel e Irã pare em algum momento, destacando que um entendimento entre os dois países é difícil, mas possível.
“Estamos em contato com Israel, estamos em contato com o Irã. Temos relações de bastante confiança. E gostaríamos muito que essa troca de golpes parasse em algum momento”, disse Putin.
Ele abordou ainda que é preciso encontrar uma solução “que possa ser satisfatória para os dois lados”.
Em seguida, o líder russo ponderou que “entendimentos” nessa situação são possíveis, “não importa o quão difícil isso seja”.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.