Pelo menos 18 pessoas morreram em ataques militares em Gaza, informaram os médicos palestinos nesta quarta-feira (9), enquanto as forças israelenses continuam com um ataque ao campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
As forças armadas de Israel afirmam que a nova rodada de ataques, que está em seu quinto dia, tem por objetivo impedir que os combatentes do Hamas organizem novos ataques a partir de Jabalia e impedir o seu reagrupamento.
O exército israelense disse ter emitido repetidamente ordens de saída para os habitantes de Jabalia e das zonas próximas, mas os responsáveis palestinos e da ONU afirmam que não existem locais seguros para onde fugir na Faixa de Gaza.
O Serviço Civil de Emergência da Palestina disse ter recebido informações não confirmadas de que dezenas de palestinos podem ter morrido em Jabalia e em outras áreas do norte de Gaza, mas não consegue chegar até eles por causa dos bombardeios israelenses.
“Pelo menos 400.000 pessoas estão encurraladas na zona”, declarou Philippe Lazzarini, diretor da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), no X, nesta quarta-feira.
“As recentes ordens de desocupação das autoridades israelenses obrigam as pessoas a fugir de novo e de novo, especialmente do campo de Jabalia. Muitos recusam-se a fugir porque sabem muito bem que nenhum lugar em #Gaza é seguro”.
Lazzarini disse que alguns abrigos e serviços da UNRWA estavam sendo forçados a fechar pela primeira vez desde o início da guerra e que, quase sem suprimentos básicos disponíveis, a fome estava se espalhando novamente no norte de Gaza.
“Esta recente operação militar também ameaça a implementação da segunda fase da campanha de vacinação contra a poliomielite para crianças ”, disse ele.
Israel não comentou imediatamente as observações de Lazzarini. As autoridades de Israel tinham dito anteriormente que facilitavam a entrega de alimentos a Gaza, apesar das condições difíceis.
Ataques noturnos
As forças armadas de Israel, que também estão em conflito com o Hezbollah no Líbano, afirmam que os militantes do Hamas recorrem a áreas residenciais como cobertura em território densamente povoado, incluindo escolas e hospitais. O Hamas nega esta afirmação.
O ataque israelense durante a noite a uma casa em Shejaia, um subúrbio da cidade de Gaza, matou nove pessoas da mesma família, segundo os médicos. As outras vítimas dos ataques noturnos foram mortas em zonas centrais da Faixa de Gaza.
Israel iniciou a sua ofensiva contra o Hamas em Gaza depois de os combatentes do grupo militante palestino terem atacado as comunidades do sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com os registos israelenses.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, a ofensiva israelense já matou cerca de 42.000 palestinos. A maior parte dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza está deslocada e grande parte do território está devastado.
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