Um hospital no sul do Líbano foi isolado após um ataque israelense que deixou nove profissionais médicos feridos, segundo a mídia estatal.
O ataque – nas proximidades do Hospital Mártir Salah Ghandour em Bint Jbeil – ocorreu após uma ordem de retirada dos militares israelenses, informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA), citando um comunicado do hospital.
O comunicado acrescentou que a maioria dos nove trabalhadores feridos estava em estado grave.
Os militares israelenses disseram em comunicado neste sábado (5) que atacaram uma mesquita adjacente ao hospital que, segundo eles, estava sendo usado como centro de comando do Hezbollah.
“Antes do bombardeio, foram enviados avisos aos residentes e foram mantidas conversas com partes importantes nas aldeias em que as FDI identificaram o Hezbollah, utilizando hospitais, desafiando as leis do conflito armado – exigindo que qualquer ctividade militar realizada a partir dos hospitais deveria parar imediatamente”, disseram os militares.
Um dos hospitais mais ao sul do Líbano, o Hospital Governamental Marjayoun, foi retirado de serviço na sexta-feira (4) depois que ataques israelenses atingiram perto das instalações, disse o diretor do hospital, Dr. Mones Kalakish, à CNN.
Os bombardeios israelenses tiveram um forte impacto na infraestrutura de saúde do Líbano nos últimos dias.
Na quinta-feira (3), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que 37 unidades de saúde foram forçadas a fechar no sul do Líbano e 28 profissionais de saúde foram mortos apenas nas 24 horas anteriores.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim do conflito. Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.
O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel