O presidente Joe Biden disse na quinta-feira (4) que não acredita que haja uma “guerra total” no Oriente Médio, uma região que tem estado sob tensão em meio aos ataques de Israel em Gaza e no Líbano e à escalada das tensões entre o aliado dos EUA e o Irã.
O presidente disse que tal guerra pode ser evitada, mas é preciso fazer mais para garantir isso.
Questionado sobre o quão confiante ele estava de que tal guerra poderia ser evitada, ele fez uma pausa e disse aos repórteres: “Quão confiantes vocês estão de que não vai chover? podemos evitá-lo.”
Ele acrescentou: “Mas há muito a fazer ainda, muito a fazer ainda”.
Quando questionado se enviaria tropas americanas para ajudar Israel, ele respondeu: “Já ajudamos Israel. Vamos proteger Israel”.
As tensões entre o Irã e Israel têm aumentado enquanto Israel avalia opções para responder ao ataque com mísseis balísticos de Teerã na terça-feira (1), que o Irã realizou em resposta à ação militar de Israel no Líbano.
O último derramamento de sangue no conflito israelense-palestino de décadas foi desencadeado pelo ataque de militantes palestinos do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200, com cerca de 250 feitos reféns, de acordo com registros israelenses.
O ataque subsequente de Israel à Faixa de Gaza governada pelo Hamas matou mais de 41 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, e deslocou quase toda a população de Gaza, causou uma crise de fome e levou a alegações de genocídio que Israel nega.
A recente ação militar de Israel no Líbano matou centenas, feriu milhares e deslocou um milhão. Israel diz que tem como alvo militantes libaneses do Hezbollah apoiados pelo Irã.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.
O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel