A estratégia militar de Israel contra o Hezbollah está sendo moldada pelas lições aprendidas na guerra de 2006, segundo o pesquisador de Harvard e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) Vitelio Brustolin.
Em entrevista ao WW, o especialista detalhou os possíveis objetivos políticos e táticas militares que Israel pode adotar no atual conflito.
De acordo com Brustolin, a inteligência israelense tem se esforçado para se redimir após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro.
“Israel aprendeu com a incursão em 2006”, afirmou o pesquisador, indicando que as forças israelenses podem estar planejando uma abordagem mais assertiva desta vez.
Objetivos políticos de Israel
O especialista identificou três principais objetivos políticos para Israel neste conflito:
- Manutenção do poder do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que depende do apoio de ministros de extrema-direita para se manter no cargo.
- Redução drástica da capacidade do Hezbollah de atingir Israel, considerando que o grupo possui entre 100 e 150 mil foguetes e mísseis.
- Provocação de uma resposta do Irã, que prometeu vingança contra Israel, mas ainda não agiu, possivelmente devido à presença militar dos Estados Unidos na região.
Estratégias militares em consideração
Brustolin delineou três estratégias que Israel pode adotar para atingir seus objetivos:
- A explosão de dispositivos eletrônicos no território inimigo.
- Bombardeios aéreos em pontos específicos e mapeados no sul do Líbano.
- Uma possível invasão terrestre até o rio Litani, visando fazer cumprir a resolução 1.701 da ONU, que proíbe o Hezbollah de implantar armas de ataque ao sul desse rio.
O professor ressaltou que a estratégia final dependerá dos objetivos políticos definidos pelo governo israelense.
A situação permanece tensa, com mais de 60 mil israelenses deslocados do norte do país, aguardando o desenrolar dos eventos para retornar às suas casas.
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