Israel realizou uma série de ações provocativas no Líbano, incluindo sobrevoos de jatos militares sobre Beirute durante um discurso do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
Segundo o analista de Internacional Lourival Sant’Anna, essa movimentação israelense tem como objetivo principal humilhar o líder do grupo xiita.
Ele ressalta que o conflito de Israel é especificamente com o Hezbollah, e não com o Líbano como um todo.
“O Líbano é um conglomerado necessariamente de forças políticas, algumas delas rivais do Hezbollah, adversários fortes do Hezbollah”, explica.
Demonstração de força israelense
As Forças de Defesa de Israel relataram 70 saídas de aviões durante a operação, que teriam atingido cem alvos, incluindo baterias de disparos, localizações de lançamento de foguetes e mísseis, além de depósitos de armas do Hezbollah.
Essa ação ocorreu precisamente no momento em que Nasrallah fazia seu discurso, previamente agendado para as 17h, hora local.
“No momento em que o Nasrallah falava, e o discurso dele já estava marcado, sabia-se que seria às cinco da tarde, hora local, já estavam os aviões israelenses sobrevoando e eles fazem um barulho enorme”, descreve Sant’Anna.
O analista acrescenta que essa demonstração de força visa mostrar que Israel “não só não se deixava intimidar pelo Nasrallah, mas também que tinha condições de neutralizar qualquer tentativa do Hezbollah de reagir”.
Tensão crescente e possíveis desdobramentos
O momento é de grande tensão na região, com incertezas sobre as intenções de Israel em relação ao Hezbollah.
Sant’Anna pondera sobre a possibilidade de Israel buscar uma neutralização significativa da capacidade bélica do grupo, estimada em 150 mil projéteis, entre mísseis e foguetes de diversos níveis de sofisticação.
“Se Israel quer fazer uma degradação muito expressiva da força de combate do Hezbollah, será uma campanha longa e bastante sangrenta”, avalia o analista.
No entanto, ele também ressalta que uma ofensiva terrestre neste momento parece improvável, dado o desgaste que as forças israelenses já enfrentam em Gaza.
A situação permanece volátil, com ambos os lados demonstrando capacidade de prever e responder às ações um do outro. O cenário sugere uma escalada potencial do conflito, com implicações significativas para a estabilidade regional no Oriente Médio.
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