O presidente Lula deverá abordar em seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, na próxima terça-feira, a onda de queimadas que castiga o Brasil sob a perspectiva das mudanças climáticas. Ainda que internamente o governo investigue os incêndios como crimes ambientais, também há um entendimento de que o Brasil está na rota dos eventos climáticos extremos, o que torna os incêndios ainda mais graves e difíceis de serem contidos.
O secretário de Assuntos Multilaterais Políticos, Embaixador Carlos Cozendey, indicou que o presidente deverá convocar a comunidade internacional ao financiamento de ações contra os efeitos do aquecimento global. Ele afirmou que o Brasil não terá de dar satisfação sobre as queimadas, mas afirmar que é mais uma vítima, a exemplo da seca histórica no Norte do País.
“Como tem sido enfatizado pelas análises, o Brasil tem relação com os eventos climáticos extremos, ou seja, uma seca excepcional que tem relação com as transformações (climáticas). Ao contrário, você leva para o cenário internacional a necessidade de agir logo porque ‘veja só o que está acontecendo no Brasil’”, afirmou.
Na ONU, Lula ainda deverá abordar os impactos das redes sociais na desestabilização da democracia, assim como a necessidade de ação global para o desenvolvimento, combate à fome, inclusão e transição energética.
Ao longo da semana, o presidente ainda vai participar de outros eventos, a exemplo da Cúpula do Futuro, que deverá resultar num documento pela reforma do sistema dos organismos internacionais, em especial, do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU.
Lula participa da Assembleia Geral acompanhado dos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Marina Silva, do Meio Ambiente.