O nome do influenciador apresentou uma percepção mais desfavorável nas redes sociais, com 46% de menções negativas e 24% positivas.
No lado ruim, usuários afirmaram, por exemplo, que Marçal exagerou na gravidade dos ferimentos para se vitimizar e ganhar vantagem, fazendo comparações com atentados envolvendo Bolsonaro e Trump.
A análise foi de aproximadamente 56 mil menções nas redes sociais Bluesky e Facebook.
Já no Instagram, os vídeos sobre o episódio publicados pelo influenciador bateram milhões de visualizações em minutos.
Pablo Marçal não deve recuar nos ataques aos adversários e pretende chegar mais agressivo no próximo debate.
No domingo, José Luiz Datena, do PSDB, foi pra cima do candidato do PRTB com uma cadeira após ter sido provocado pelo influenciador.
Marçal criticou a impunidade contra o rival e alegou que nos próximos eventos, se for provocado, vai retribuir:
“O Datena começou. Se começar, vai levar. Eu não comecei ontem fazendo graça pro Datena, ele que veio me chamar de coisa que eu não sou e agora tá aí bancando o santo, o maluco aí. Acho que tem que por um segurança, só do lado do Datena, ou um psiquiatra mesmo ali”.
Nesta terça-feira, os candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de um debate promovido pela Rede TV em parceria com o portal UOL.
Apesar de criticar a postura dos adversários, dizendo que o debate continuou com baixo nível mesmo após sua saída, Marçal deve apostar em um tom ainda mais duro.
A avaliação de interlocutores é de que ele precisa controlar a narrativa diante das repercussões.
Marçal chegou a dizer que a agressão foi “uma tentativa de homicídio”, mas logo depois minimizou as lesões, alegando que foi apenas um “esbarrão” que não vai interferir nos compromissos de campanha.
O candidato criticou ainda os adversários que não prestaram solidariedade e voltou a fazer acusações contra eles.
Nesta segunda, a candidata do PSB, Tabata Amaral, lamentou a postura dos dois:
“O que a gente viu ontem foi absolutamente lastimável. Eu tenho vergonha do que aconteceu. As pessoas com toda certeza merecem muito mais. Então, que fique claro para as pessoas o que ficou claro ali ontem para mim, pelo menos. Quem tem preparo? Quem está levando a eleição a sério? Tem que ser centrado para cuidar de São Paulo. Me parece que é só o nosso projeto, que é só o nosso time”.
Já Guilherme Boulos, do PSOL, disse que vai procurar as campanhas dos outros candidatos para propor um “pacto de decência” para os próximos debates.
“O povo de São Paulo não merece isso, nós temos uma cidade com um monte de problemas, apesar de ser a cidade mais rica da América Latina, com muita desigualdade. Eu acho que quem vai assistir um debate procurando soluções para os seus problemas não quer assistir baixaria. Nós vamos propor um pacto de decência, de respeito ao povo de São Paulo entre as candidaturas”.
Pablo Marçal rechaçou a proposta:
“Ele podia falar com a gangue dele, tem vídeo dele com o Neto que me xinga todo dia na televisão. O ‘Boules’, o próprio ‘Boules’, o próprio ‘Dapena’, esses caras são tudo da mesma gangue. Eles que façam o pacto com o diabo pra lá, porque é o que eles imaginam que eles querem fazer. Eu não agredi ninguém”.
Em nota, Datena assumiu que errou, mas disse não se arrepender “de forma alguma”.
Ele destacou que não defende o uso da violência para resolver um conflito, mas ressaltou que quando os limites de civilidade são rompidos fica difícil obedecer essa regra.
A equipe jurídica de Marçal vai pedir o fim da candidatura do tucano no âmbito da justiça eleitoral e informou que vai processar o apresentador no âmbito criminal por injúria e lesão corporal.
Já Datena informou que vai registrar uma queixa-crime contra o oponente após as acusações feitas no debate da TV Cultura.