O professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, em entrevista à CNN Brasil, analisou a recusa do candidato à Presidência dos EUA, Donald Trump, em participar de um novo debate contra Kamala Harris. Segundo Trevisan, esta decisão pode ser interpretada como um “reconhecimento de que não foi bem” no primeiro encontro.
O debate entre Trump e Harris, ocorrido na terça-feira (10), foi o primeiro confronto presencial entre os dois candidatos. As pesquisas realizadas pela CNN indicaram que a maioria dos eleitores considerou Kamala Harris como vencedora do embate.
Impacto limitado dos debates
Trevisan ressaltou que, apesar da importância dos debates, seu impacto nas urnas pode ser limitado. Ele lembrou o caso de Hillary Clinton nas eleições anteriores: “Hillary Clinton venceu os três debates de forma unânime, todos reconheceram, muito mais lógica a argumentação dela, muito mais concisa a forma de apresentação, deixando o Trump ser resposta, ok, tudo bem. Precisa perguntar para o senhor eleitor o que é que ele achou”.
O professor argumentou que muitos eleitores já têm opiniões consolidadas, difíceis de serem alteradas por argumentações racionais apresentadas nos debates. Ele destacou que um dos principais benefícios do debate foi aumentar o reconhecimento de Kamala Harris: “28% dos americanos não sabiam quem era Kamala Harris, ótimo, agora estão sabendo porque o barulho aconteceu, as redes sociais falaram”.
Perspectivas para as eleições
Com aproximadamente 50 dias até as eleições, Trevisan enfatizou que ainda há bastante tempo para análises e para que os eleitores tomem suas decisões finais. Ele alertou contra conclusões precipitadas baseadas apenas no desempenho dos debates, lembrando que “debate é uma coisa, urna é outra”.
O especialista concluiu que, embora o debate tenha sido um momento importante na corrida eleitoral, seu verdadeiro impacto só poderá ser medido nas urnas em novembro, quando os eleitores efetivamente expressarem suas escolhas.
Confira a entrevista na íntegra
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