A onda de queimadas tem gerado impacto na demanda sobre os serviços de saúde pública, com aumento nos atendimentos variando entre 46% até 190% desde a segunda quinzena de agosto.
Conforme o Ministério da Saúde, com base em informações das secretarias municipais de Saúde, houve aumento de 46% de queixas de náuseas e vômitos em Goiás. No Distrito Federal, o número de atendimento nas unidades básicas de saúde dobrou.
Já no Tocantins, os atendimentos explodiram, em um aumento de 190%. As principais queixas dos pacientes são náuseas e tontura. No entanto, o efeito da fumaça também pode causar confusão mental.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ainda anunciou que poderão ser instaladas tendas de hidratação e nebulização da população nas regiões mais afetados pelo seca e incêndios. A ideia é adotar estruturas de atendimento rápido semelhantes às adotadas contra a dengue, no início do ano.
As tendas poderão ser instaladas pela Força Nacional do SUS em estados do Pantanal, Amazônia e no oeste de São Paulo.
O secretário de Atenção Especializada, Adriano Massuda, disse que o primeiro estágio será a análise das necessidades das prefeituras e estados pelas equipes da Força Nacional do SUS.
“A primeira ação de apoio é de orientação, de organização da rede assistencial. A gente está nesse nível, onde a maior parte dos problemas podem ser resolvidos na nossa rede básica de saúde. No segundo nível, onde for necessário, há a realização das tendas, utilizando as experiências que nós já tivemos bem-sucedidas. Então, vai ser no mesmo padrão, tanto para hidratação como nebulização, onde houver necessidade de expansão de oferta. E, no terceiro nível, se houver necessidade, a utilização de outras estruturas maiores, eventualmente até o hospital de campanha, quando for necessário. Mas, nesse momento, nós estamos no nível um de acionamento, que é a orientação de apoio à estrutura existente da rede assistencial”, explicou.
Com pelo menos 60% do país afetado pela fumaça das queimadas, todos os biomas estão sofrendo com incêndios nos últimos dias. De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nas últimas 48h foram registrados 8 mil focos de incêndios.