A deputada federal e candidata à prefeitura de Belo Horizonte, Duda Salabert, do PDT, disse na sabatina da CBN, e dos jornais O Globo e Valor, que sofre preconceito de outros partidos e por isso não tem apoio na corrida ao pleito na capital mineira. Ela também afirmou que, diferente da política, a cidade não vê preconceito em ter uma candidata trans.
‘A estratégia que nós temos é apresentar pra cidade o nosso projeto e tirar de nós uma imagem que a ‘ultradireita’ tentou construir sobre nós. Eu não estou na política pra discutir se o correto é dizer obrigada, obrigado ou obrigade. Estou pra discutir questões sérias e urgentes pra cidade, ou seja, não é um debate estritamente ideológico, mas um debate sobre melhoria da qualidade de vida. Temos que pensar que qualquer candidato que tivesse 12 pontos nas pesquisas e com chance real de ir pro segundo turno, era pra ter dez partidos apoiando. E por que ninguém nos apoia? Sem dúvida há muito preconceito por eu ser uma pessoa trans’, comentou.
Duda afirmou estar se sacrificando do ponto de vista pessoal para concorrer nas eleições, e disse não ser uma pessoa radical. Ela disse que está na política para discutir questões urgentes para a cidade, e não somente assuntos ideológicos. Ela ainda citou o ex-aliado Ciro Gomes, também do PDT, que fez críticas à candidatura dela em Belo Horizonte. Duda afirmou que o ex-governador está amargurado.
Apesar de estar sozinha no primeiro turno, para um possível segundo, ela afirmou que já conversou com partidos progressistas e que deve ter o apoio dessas legendas. Afirmou que Mauro Tramonte (Republicanos), que vem liderando as pesquisas, deve desidratar nos próximos dias e que o principal rival, para um segundo turno, deve ser o deputado Bruno Engler (PL), pela polarização.
‘E o segundo turno vai ser Duda Salabert e Bruno Engler. O Mauro Tramonte vai desidratar, não tenho a menor dúvida disso. E, além de desidratar, o que eu vejo, com todo respeito a trajetória dele, mas é um debate muito rasteiro sobre a cidade. Então acredito que segundo turno teremos eu e o Bruno Engler. E o Bruno é muito mais pela polarização do partido, pela linha política que ele faz parte do que também pela qualificação do debate. Até porque com todo respeito a trajetória dele, ele não consegue formar uma frase sem cinco palavras. Que é gênero, trans, banheiro, Bolsonaro e Lula’, argumenta.
Entre as propostas, Duda defendeu emergência climática na cidade, para alertar a população sobre corte de árvores, poluição de córregos e mineração na Serra do Curral. Sobre isso, ela denunciou o furto de minério e chegou a criticar o prefeito, Fuad Noman, do PSD, por não enfrentar as mineradoras. Com relação à Lagoa da Pampulha disse existir uma máfia para que a despoluição ocorra de forma lenta. Sobre isso, se comprometeu, caso eleita, em dois anos, despoluir o espelho d’água ou deixa a prefeitura.
Duda, que é professora, defendeu um plano de carreira para docentes e afirmou que pretende oferecer o maior salário para professores entre as capitais. Na educação, também falou em escola em tempo integral para crianças.
Duda Salabert durante sabatina à prefeitura de Belo Horizonte. — Foto: Victor Veloso/CBN
Sobre outras propostas também ressaltou redução da fila de cirurgias eletivas, melhores condições de trabalho e salário para médicos e guardas municipais, e modernização do transporte com implementação de VLT. Citou, ainda, valorização de bares e isenção de impostos para estabelecimentos tradicionais.