A troca do comando da Polícia Civil anunciada na noite dessa segunda-feira (2) pelo governador Cláudio Castro é o ápice de um desgaste político presente nos bastidores do governo do Rio desde outubro do ano passado. Havia cobrança, também, por mais resultados na elucidação de crimes.
Marcus Amin se tornou secretário de Polícia Civil naquele mês após a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) ter aprovado uma lei para autorizar que delegados com menos de 15 anos no cargo pudessem ascender ao comando da tropa.
A lei foi patrocinada por Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, e Márcio Canella, ambos do União Brasil. E de acordo com interlocutores do governo do Rio ouvidos pela CBN, isso causou a sensação de que para ascender ao posto de chefe da Polícia Civil, era preciso ter “padrinho político”.
Nos bastidores, a ausência de Amim em solenidades ligadas ao combate à violência contra mulher também foram citadas como parte da insatisfação de Castro com o agora ex-secretário. A primeira-dama Analine Castro, que embora não tenha cargo está sempre presente em eventos relacionados ao tema e à secretaria da Mulher, demonstrava insatisfação com a ausência do secretário.
O depoimento de Amim à Polícia Federal no caso Marielle Franco e o avanço do processo de expulsão do delegado Maurício Demétrio (preso por corrupção) da corporação também contribuíram para a substituição e acabaram acelerando a troca – prevista para o mês que vem. Tanto que o novo secretário Felipe Curi, estava de férias. Na tarde desta terça (3) ele se reúne com integrantes da cúpula da Segurança para discutir nomes para o cargo.
Entre as dúvidas a serem respondidas pela nova gestão, a continuidade do projeto Delegacia Digital, projeto para modernizar as delegacias do Rio e que foi gestado durante o período em que Amim esteve no cargo.