AO Fim de Expediente desta sexta-feira (30) entrevista o ator e publicitário Antonio Tabet. Pela primeira vez no teatro, o humorista vai estrelar o espetáculo “Protocolo de Segurança”, interpretando o personagem mais famoso da trajetória, com milhões de visualizações nas plataformas de streaming: o policial Peçanha. Em conversa com Dan Stulbach e Luiz Gustavo Medina, o artista fala sobre a sensação de viver um papel no teatro e relembra destaques da carreira.
Antonio Tabet comenta a transição do digital para os palcos e se diz animado com a experiência curiosa. O texto foi escrito por ele e pelo roteirista Gabriel Esteves.
“Acho que tem que ser assim, pé na porta, destemido, vamos! Estou ansioso, mas não estrou preocupado. São 42 páginas para ficar na cabeça. O Daniel Nascimento, do Barbixas, fez a direção”. Ele já tinha me dirigido no Porta dos Fundos, inclusive”, diz.
A peça estreia, no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro, no Teatro Casa Grande, no Leblon.
Todo mundo na vida, alguma vez, já lidou com o Peçanha. É muito familiar. As pessoas que se identificam mais com a direita, enxergam no Peçanha uma caricatura. Já a esquerda, vê como uma sátira.
Apesar do sucesso, o estilo humorístico pode representar, para algumas pessoas, um ataque à ordem natural social. O artista diz que o politicamente correto não o faz mal, mas analisa que é preciso parcimônia na hora de atacar um tipo de humor.
“O politicamente correto em si não me fez mal, muito pelo contrário. Sou um cara de 50 anos. Então, quando cresci na escola, era comum piadas com negros ou gays, por exemplo. Hoje em dia, é impensável. Me incomoda a ‘patrulha’, gente que quer exercer poder em cima de um conhecimento que não tem. A patrulha tem que partir de uma sociedade educada, com bom senso. Discordo do viés político disso. Para mim, é bom senso, estamos aprendendo o tempo todo”, afirma.
Antonio Tabet rasga elogios ao Porta dos Fundos, formato de fazer humor que revolucionou o estilo e a internet. Para ele, o sucesso vem, sobretudo, do humor não datado que fala sobre temas comuns nas nossas relações cotidianas.
“Olha, o Porta é uma usina. É uma história que me enche de orgulho. É a primeira produtora brasileira a ganhar um Emmy depois da Globo. A gente acredita que deu uma guinada no humor. Revelou muita gente: Rafael Portugal, Rafael Saraiva, a Evelyn Castro, Tati Lopes, Rafael Infante, Marcus Majella. Tem vídeos que são emblemáticos e até hoje as pessoas gostam porque o Porta faz um tipo de humor que não é datado. É um humor que fala sobre situações e casos que podem ser reverberados em qualquer época. Todo mundo fala de ciúme, todo mundo fala de educação, todo mundo fala de pais e filhos e relações de trabalho abusivas. Então, o Porta sempre fez isso e vai ser sempre lembrado assim”, lembra.