Os promotores italianos colocaram sob investigação o capitão do super iate que afundou na Sicília na semana passada durante uma tempestade, matando o magnata britânico da tecnologia Mike Lynch e outras seis pessoas, disse uma fonte judicial nesta segunda-feira (26).
James Cutfield, um cidadão neozelandês de 51 anos, está sendo investigado por homicídio culposo e naufrágio, disse a fonte, confirmando relatos anteriores da mídia italiana.
Ser colocado sob investigação em Itália não implica culpa e não significa necessariamente que se sigam acusações formais. Os avisos às pessoas sob investigação precisam ser enviados antes que as autoridades possam realizar as autópsias dos corpos dos mortos.
A decisão foi tomada depois que Cutfield foi interrogado pela segunda vez. A Reuters não conseguiu entrar em contato com Cutfield.
Ainda não está claro se outros membros da tripulação ou outras pessoas também serão investigadas junto com o capitão.
O Bayesian, de bandeira britânica, um iate de 56 metros de comprimento, transportava 22 pessoas quando virou e afundou na segunda-feira passada, poucos minutos depois de ser atingido por uma tempestade antes do amanhecer, enquanto estava ancorado no norte da Sicília.
Quinze pessoas sobreviveram, incluindo a esposa de Lynch, cuja empresa era proprietária da Bayesian. A filha de Lynch, Hannah, de 18 anos, estava entre as pessoas que morreram.
Embora o iate tenha sido atingido por um evento meteorológico repentino, era plausível que crimes de homicídio culposo e naufrágio por negligência tivessem sido cometidos, disse no sábado (24) o chefe do Ministério Público de Termini Imerese, Ambrogio Cartosio.
A lei marítima confere ao capitão total responsabilidade pelo navio, pela tripulação e por tudo a bordo.
Cutfield e seus oito tripulantes sobreviventes ainda não fizeram comentários públicos sobre o desastre.
“O Bayesian foi construído para ir ao mar em qualquer clima”, disse Franco Romani, arquiteto náutico que fez parte da equipe que o projetou, ao diário La Stampa, em entrevista publicada nesta segunda-feira.
Ele disse que a água poderia ter entrado no iate por uma escotilha lateral que foi deixada aberta.
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