Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a chance aumenta conforme estamos mais online e interconectados, mas o incidente de julho deste ano pode ser uma boa lição para o mundo. Nesta semana, a CBN apresenta a série “Internet Segura?” que discute a cibersegurança.
Sábado, primeiro de janeiro de 2000. Quem cresceu nos anos 1990 certamente temeu, mesmo que um pouquinho, essa data. Era o dia previsto para o bug do milênio, um apagão geral da internet que colocaria todos os sistemas e até vidas em risco.
Os “Nostradamus” da internet erraram e as máquinas saíram de 1999 para 2000 sem grandes traumas. Mas corta para julho de 2024.
Aeroportos bugados, escritórios inteiros sem acesso às próprias informações, o mundo em estado de espera: tudo por causa de uma atualização de software malsucedida da gigante CrowdStrike, que derrubou sistemas Windows, da Microsoft.
A causa do apagão foi pueril, bem distante de teorias conspiratórias de um ataque hacker que surgiram num primeiro momento. Mas as chances de um novo apagão como esse, dizem os especialistas, é cada vez maior.
A opinião é de Michele Nogueira, doutora em ciência da computação e professora da Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo ela, características de mercado – como a dependência do mundo em torno das bigtechs, agravam a situação. Mas ainda não têm uma solução fácil.
O especialista em cibersegurança da Penso, Erik de Lopes Morais, diz que o apagão pode servir como um alerta para que pessoas e empresas mudem a forma de encarar a segurança na rede.