A Polícia Civil do Rio concluiu que não houve racismo durante a abordagem de policiais militares a quatro adolescentes – três deles negros, filhos de diplomatas – em maio deste ano, em uma rua de Ipanema, Zona Sul do Rio. Na ocasião, os policiais estavam com as armas em punho e a família de um dos adolescentes denunciou, nas redes sociais, que considerou a abordagem racista.
O relatório final da Polícia Civil indica que ‘nos depoimentos dos quatro menores abordados não foi relatado o uso de palavras ofensivas, xingamentos, palavras com cunho racial, palavras discriminatórias ou humilhante por parte dos PMs’.
De acordo com a delegada, Patrícia Alemany, da Delegacia de Atendimento ao Turista, as imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos no caso revelaram que, minutos antes, eles haviam sido abordados por um turista estrangeiro, relatando que teria sido vítima de roubo de um cordão, o que foi confirmado por outros dois homens. Eles contaram ainda que o criminoso estava com uma faca. Na sequência, os policiais saíram com as viaturas para tentar localizar o grupo.
O relatório aponta que os policiais militares ‘não elegeram suspeitos com base na cor da pele. Estavam atrás de suspeitos seguindo a descrição de vítimas estrangeiras que tinham acabado de sofrer um crime na praia de Ipanema’.
O documento diz também que ‘na abordagem não houve tratamento diferenciado para ninguém, que todos foram revistados, inclusive o adolescente branco. Outro trecho do inquérito explica que como os policiais procuravam um cordão roubado e os criminosos costumam engolir cordões ou esconder na cueca, a revista se deu também nas partes íntimas seguindo o padrão de abordagem nesses casos.
Segundo a investigação, em depoimentos, os adolescentes abordados e testemunhas disseram não ter ouvido qualquer palavra de cunho racial, e que os policiais agiram da mesma forma com todos