Depois que o Tribunal de Contas da União decidiu que Lula pode ficar com um relógio de luxo recebido de presente na França ainda no primeiro mandato, Lula falou em reunião ministerial desta quinta que vai devolver a joia ao acervo da Presidência da República. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, chegou a postar no X que o presidente ganhou o relógio Cartier “quando a legislação era outra”. Teixeira ainda escreveu que Lula “não quer se confundir com a decisão do TCU que pode proteger o inelegível do crime que cometeu de apropriação indébita”, em alusão ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Mais cedo, interlocutores já haviam dito que o presidente quer devolver a peça ao acervo da Presidência da República. Ele sequer estaria usando o item. Lula iria esperar por recurso da Advocacia-Geral da União, mas a repercussão do caso fez com que o petista acelerasse a definição pela devolução do item à União.
A decisão de Lula, se confirmada, pode colocar um balde de água fria nos planos bolsonaristas que entenderam que a decisão do TCU pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito das joias. Se por um lado Lula pretende se distanciar do assunto, o ex-mandatário conta com o que proferiu o ministro Jorge Oliveira e, eventualmente, até se livrar de uma denúncia. Em seu voto, Oliveira disse que por falta de um lei aprovada pelo Congresso, ou decreto presidencial, Lula poderia ficar com o item de luxo.
Oliveira sugeriu que o Congresso edite lei com o estabelecimento de valores para diferenciar itens personalíssimos daqueles que são pertencentes à União.