Em um comunicado feito pela televisão, o primeiro desde o ataque que matou o líder máximo do Hamas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não citou diretamente o ataque que ocorreu em Teerã, mas afirmou que o país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã. Apesar disso, autoridades iranianas já anunciaram retaliação a Israel publicamente.
Netanyahu disse que o país está preparado e que vai cobrar um “preço alto” por qualquer ataque. E que ele está continuará resistindo a realizar um cessar-fogo.
Até agora, ninguém assumiu a autoria do ataque. O grupo fundamentalista palestino atribuiu o míssil ao governo de Israel.
De acordo com a imprensa local, Ismail Haniyeh teria sido morto em um ataque aéreo após participar da posse do novo presidente iraniano nesta terça-feira. Outras autoridades estavam presentes na posse do mandatário, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Um comunicado do Hamas informou que o ataque que matou Ismail foi realizado por um míssil disparado em direção à sala onde ele estava, na residência militar em Teerã. Com isso, ele teria sido atingido diretamente pelo armamento, que era uma espécie de drone. O local onde ele estava ficou destruído.
No cenário internacional, o governo brasileiro divulgou uma nota em que “condena veementemente” o assassinato de Haniyeh.
Na nota, o Itamaraty diz que o Brasil repudia o desrespeito à ”soberania e à integridade territorial do Irã’. E que atos de violência dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns.
O porta-voz do governo dos Estados Unidos para assuntos de Segurança, John Kirby, disse que os bombardeios israelenses “não ajudam” a reduzir as tensões no Oriente Médio, mas não há indícios de uma escalada regional “iminente”.
Ainda hoje, o grupo fundamentalista libanês Hezbollah confirmou que um dos comandantes do grupo terrorista foi morto em um ataque aéreo de Israel em Beirute, capital do Líbano, nesta terça-feira.
Os dois ataques elevam a tensão sobre uma ampliação do conflito em Gaza envolvendo outras nações do Oriente Médio. Também ameaça as negociações por um cessar-fogo entre o grupo palestino e o governo israelense. Como líder político do Hamas, Ismail Haniyeh participava das rodadas de negociações diplomáticas.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu de forma emergencial atendendo a um pedido do governo do Irã. A solicitação foi apoiada por nações como Rússia, Argélia e China. O encontro começou às 17h no horário de Brasília.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou os ataques como uma “escalada perigosa” na região.