Centenas de migrantes venezuelanos se concentram na Avenida Paulista para acompanhar a Eleição presidencial Venezuelana deste domingo.
O pleito pode resultar na saída de Nicolas Maduro do poder após mais de 10 anos no comando do país. Pesquisas realizadas nos últimos dias apontavam o ex-diplomata Edmundo González com uma ampla vantagem. No entanto, o comparecimento do eleitor nas urnas, em uma eleição já marcada pelo medo, ainda é uma incerteza.
Aqui em São Paulo, o clima é de muita festa. As pessoas estão dançado muito e cantando músicas venezuelanas.
Centenas de migrantes venezuelanos se reúnem na av. Paulista para acompanhar eleição — Foto: Daniel Reis/CBN
Mas a alegria também é acompanhada de uma aflição quanto ao resultado. A grande maioria dos presentes aqui votaria na oposição, se pudesse.
Mas, assim como a grande maioria dos mais de 7 milhões e 700 mil venezuelanos que residem fora do país, os que estão aqui não puderam votar na eleição.
Um deles é Andry Daniel, de 26 anos. Ele migrou ainda na adolescência e mora no Brasil há mais de oito anos. Andry contou sobre a decepção por não poder participar do processo eleitoral.
No Brasil, o único lugar que os venezuelanos poderiam votar é em Brasília. Aqui em São Paulo, o consulado do país foi desativado. No norte do país, onde concentram centenas de milhares de migrantes, também não é possível.
Na sexta-feira, o governo da Venezuela fechou a passagem de carros pela fronteira. A medida já ocorreu em 2018 e dificulta o trânsito de quem tenta regressar ao país para participar da eleição.
De acordo com dados da autoridade eleitoral da Venezuela, menos de 70 mil estão registrados para votar no exterior. É como se 1 a cada 114 venezuelanos no exterior pudesse participar do processo eleitoral.
O Brasil é o terceiro país que mais recebeu venezuelanos nessa diáspora. São mais de 550 mil venezuelanos residindo em solo brasileiro, número bem parecido com o número que migrou para os Estados Unidos.
Já na Colômbia são quase três milhões de migrantes venezuelanos e no Peru 1 milhão e meio de pessoas.