Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, tentará a reeleição na votação marcada para o dia 28 de julho.
A condução do país por Maduro é criticada, sendo que por muitas vezes países e organizações questionam o cumprimento dos processos democráticos na Venezuela.
Ele venceu as eleições presidenciais pela primeira vez em 14 de abril de 2013, superando Henrique Capriles por menos de dois pontos percentuais, iniciando uma nova era na vida do país latino-americano após a morte de Hugo Chávez.
Nicolás Maduro Moros nasceu em 23 de novembro de 1962, na cidade de Caracas, na Venezuela.
Ele é filho de Nicolás Maduro García e Teresa de Jesus Moros. Além disso, é casado com Cília Flores, com quem teve um filho, Nicolás Jr.
Trabalhou como motorista de ônibus e pertencia ao sindicato de trânsito.
Em 1983, foi guarda-costas do candidato presidencial José Vicente Rangel.
Maduro fez campanha pela libertação de Hugo Chávez da prisão por tentativa de golpe de 1992 para derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez. Após a libertação de Chávez, o ajudou a fundar o partido político Movimento V República.
Nicolás Maduro foi eleito em 1999 para a Assembleia Nacional Constituinte, órgão convocado para redigir uma nova Constituição. Um ano depois, foi eleito para a Assembleia Nacional, o Poder Legislativo do país.
Nos anos de 2005 e 2006, foi porta-voz da Assembleia Nacional. Além disso, foi Ministro das Relações Exteriores entre 2006 e 2013.
Em 12 de outubro de 2012, foi escolhido por Hugo Chávez como seu vice-presidente.
Entretanto, pouco tempo depois, em 9 de dezembro do mesmo ano, Chávez apoiou Maduro para sucedê-lo, pois passaria pela quarta cirurgia no tratamento de câncer.
Chávez morreu em 5 de março de 2013, e, três dias depois, NIcolás Maduro tomou posse como presidente interino.
Eleição presidencial de 2013
Nicolás Maduro venceu a eleição presidencial da Venezuela por menos de dois pontos percentuais em 14 de abril de 2013, em disputa contra Henrique Capriles Radonski.
Três dias depois, o presidente da Suprema Corte decidiu que uma recontagem manual dos votos seria inconstitucional.
Maduro tomou posse um dia depois de o Conselho Nacional Eleitoral anunciar planos para concluir uma auditoria dos votos, em 19 de abril.
Neste ano, ele anunciou a expulsão de três diplomatas americanos, alegando que eles estiveram envolvidos em um apagão generalizado no início de setembro.
Protestos e mudança na Constituição
Protestos estudantis na Venezuela chamaram a atenção do mundo em fevereiro de 2014, após a morte de três pessoas.
Grandes problemas sociais e econômicos alimentaram as manifestações, com algumas pessoas culpando o governo por esses problemas.
Em janeiro de 2016, Maduro declarou estado de “emergência econômica”. Poucos meses depois, declarou “emergência constitucional”.
Em outubro do mesmo ano, o presidente participou de conversas com opositores políticos pela primeira vez em dois anos.
Em 1° de maio de 2017, Nicolás Maduro anunciou uma ordem executiva que abria caminho para alterações à Constituição que remodelariam a legislatura e redefiniria os seus poderes executivos.
Também foram realizadas eleições para substituir a Assembleia Nacional por um novo órgão legislativo pró-Maduro denominado Assembleia Nacional Constituinte neste ano. Embora Maduro tenha reivindicado vitória, os líderes da oposição disseram que a votação foi fraudulenta.
Em meio aos confrontos entre a polícia e os manifestantes, pelo menos seis pessoas morreram.
Reeleição em 2018 e suposta tentativa de assassinato
Em 20 de maio de 2018, em eleição denunciada pelos líderes da oposição e pela comunidade internacional, Maduro ganha mais um mandato de seis anos. A participação eleitoral caiu para 46%, abaixo dos 80% registados em 2013.
No dia seguinte, uma aliança de 14 países latino-americanos e o Canadá, conhecida como Grupo de Lima, emite um comunicado classificando o pleito como ilegítimo.
Em 4 de agosto de 2018, Nicolás Maduro sobrevive a uma suposta e tentativa de assassinato depois de vários drones armados com explosivos voaram em sua direção durante um discurso numa parada militar.
Maduro atribui o ataque a pessoas da extrema direita e a Juan Manuel Santos, ex-presidente cessante da Colômbia. Uma fonte presidencial colombiana disse à CNN que as acusações de Maduro eram “infundadas”.
Seis pessoas foram presas após o suposto atentado, segundo o ministro do Interior venezuelano.
Em 8 de outubro de 2018, Fernando Albán, um dos suspeitos de envolvimento no caso e crítico de Maduro, morre ao cair do décimo andar de um edifício.
Autoridades de inteligência dizem que a morte de Albán foi suicídio, mas os críticos acusam o governo de assassinato em meio à repressão a grupos de oposição e ativistas de direitos humanos.
Em 25 de setembro de 2018, os Estados Unidos impuseram sanções à esposa de Nicolás Maduro e a três outros membros do seu círculo íntimo.
Plano para golpe contra Maduro
Em 2018, o New York Times publicou uma matéria detalhando reuniões secretas entre autoridades dos Estados Unidos e oficiais militares venezuelanos que planejam um golpe contra Maduro.
Em setembro do mesmo ano, a CNN confirmou a reportagem, que descreve uma série de reuniões ao longo de um ano. Em última análise, o governo dos EUA decidiu não apoiar o golpe.
Protestos contra o governo e Juan Guaidó
Em 10 de janeiro de 2019, Nicolás Maduro iniciou mais seis anos no poder, embora a maioria dos países da região tenha se recusado a reconhecê-lo como presidente.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) informou houve uma votação — com placar de 19 a 6, com oito abstenções — para não reconhecer a legitimidade do governo de Maduro.
No final do mesmo mês, Juan Guaidó, um líder da oposição que presidiu a Assembleia Nacional durante três semanas à época, se declarou presidente interino em meio a protestos antigovernamentais generalizados.
Os Estados Unidos e outros países, incluindo Canadá, Argentina e Brasil — sob o governo de Jair Bolsonaro –, reconheceram Guaidó como presidente.
Após o anúncio, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu governo reconheceu Guaidó como presidente legítimo. Maduro acusou os EUA de apoiarem uma tentativa de golpe e dá aos diplomatas norte-americanos 72 horas para deixar o país.
Governo derrota suposta tentativa de golpe
Em, 30 de abril de 2019, durante um discurso transmitido pela televisão, Maduro afirmou que as tropas leais a ele derrotaram uma “tentativa de golpe” de Donald Trump e do conselheiro de segurança nacional John Bolton.
O então secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse à CNN que Maduro se preparava para deixar o país de avião, mas os russos o convenceram a ficar. Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a fala de Pompeo é falsa.
Relatório da ONU fala sobre violações de direitos humanos
Em 4 de julho de 2019, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos publicou um relatório altamente crítico ao governo de Maduro.
Com base em pesquisas realizadas entre janeiro de 2018 e maio de 2019, o documento “destaca padrões de violações que afetam direta e indiretamente todos os direitos humanos”.
Respondendo alguns dias depois, Maduro disse que o relatório contém manipulações e dados imprecisos.