O ex-presidente russo Dmitry Medvedev denunciou nesta quinta-feira (11) a promessa da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de conceder eventual adesão à Ucrânia e disse que a Rússia deve trabalhar para o “desaparecimento” da Ucrânia e da aliança militar.
Em uma publicação nas redes sociais, Medvedev citou em inglês a declaração da Otan durante cúpula em Washington nesta semana: “Continuaremos a apoiar [a Ucrânia] em seu caminho irreversível para a integração euro-atlântica completa, incluindo a adesão à Otan”.
Ele continuou, em russo: “A conclusão é óbvia. Devemos fazer tudo para que o ‘caminho irreversível’ da Ucrânia para a Otan termine com o desaparecimento da Ucrânia ou o desaparecimento da Otan. Ou melhor ainda – o desaparecimento de ambos.”
Medvedev, que durante sua presidência de 2008 – 2012 foi considerado um modernizador pró-Ocidente, se reinventou como um arqui-falcão desde o início da guerra na Ucrânia, algo que Moscou chama de “operação militar especial”.
Em particular, ele alertou repetidamente os EUA e seus aliados que armar Kiev poderia levar a um “apocalipse nuclear”.
Qualquer decisão sobre o uso de armas nucleares russas caberia ao presidente Vladimir Putin.
Mas diplomatas dizem que as opiniões de Medvedev, que é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, dão uma indicação de pensamento agressivo no topo do Kremlin, que lançou a guerra como uma luta existencial com o Ocidente.