A delegação do Afeganistão terá seis atletas nos Jogos Olímpicos de Paris, mas o governo local oficialmente só reconhece metade deste grupo como representantes do país nas Olimpíadas.
Nessa segunda-feira (8), o porta-voz Atal Mashwani confirmou à agência de notícias France-Presse que a posição oficial do governo é a de que somente os três atletas homens da delegação são legítimos representantes da nação. Mashwani disse ainda que as mulheres devem ser proibidas de praticar esportes.
A política de segregação e repressão aos direitos das mulheres voltou a assombrar o país desde que o grupo extremista Talibã recuperou o comando do governo do país em 2021.
O Talibã já havia governado o Afeganistão entre o fim do anos 90 e o começo dos anos 2000 e na época a agenda fundamentalista já havia levado o Comitê Olímpico Internacional a excluir o time afegão das Olimpíadas.
As afegãs classificadas para os Jogos de Paris são as irmãs Fariba e Yuldoz Hashimi, do ciclismo de estrada; e Kamia Yousoufi, dos 100 metros rasos no atletismo.
Todas elas moram fora do Afeganistão, assim como dois dos três homens classificados e até mesmo o presidente do Comitê Olímpico Afegão.
Ao invés de impor aos atletas afegãos as sanções decretadas no período anterior de domínio do Talibã, o Comitê Olímpico Internacional dessa vez fez questão de garantir por meio de convites que a delegação local participasse com um mesmo número de homens e de mulheres em resposta à política local.
O Afeganistão vai participar das Olimpíadas não com a atual bandeira branca com inscrições em preto que é o símbolo do Talibã mas sim com a bandeira preta, vermelha e verde que era o símbolo oficial do país até a nova ascensão do grupo extremista em 2021.